quinta-feira, 18 de julho de 2019


Quando o amarelo é sol



Quando gira o mundo os seus cabelos dourados me envolvem,

És Valquíria, lança-me em seus braços, elance,

Talvez, tez de prata olhos de tigresa, unhas de panteras,

Olhos de lince, talvez azul.
Busco o silêncio da distância me energia na noite,

Busco distâncias, vejo o pulsar que vem de ti.
Não te quero, te almejo, braços seus que me faz

Delirar entre os desencontros que vivemos

E o unir que talvez um dia venha.
És luz, sombra, o certezas não talvez.
Distância existem, passados também, somos o sal da terra

Que agora me aproxima de ti.
Ah! Girassóis da Rússia.
Talvez... Sementes e
luzes que resplandece no seu olhar, talvez cor de mel, óleo de girassol que nos unirá.



A terra é azul
No princípio Deus a criou, povoou,
Germinou seres que preservaram, preservam e a destrói,
Em sobressaltos, interesses vãos, mesmo gemendo a matam.
Natureza que agoniza em gemidos ainda produz o Pão nosso que cada
Dia nos daí, absolvendo os nossos pecados.
Lembro-me da sombra do Jequitibá, dos cantos dos passarinhos
Que emitiam maviosos sons.
Hoje lamentos ouvimos, o som dos machados, moto-serra,
Dos pulverizadores e agrotóxicos que ferem o ar,
Introduzindo a ingratidão no corpo mágico da natureza.
 Terrível veneno que nos abate quando
Consumimos os frutos da terra-mater.
O meu rio já não corre copiosamente, os peixinhos
Que antes bebíamos na esperança de nadar, já não,
Nada mais.
Assistimos ao caos, seja na terra, no mar ou no ar.
Oramos comigo as tribos, com o grito dos ribeirinhos,
Dos lavradores, o mundo está surdos sem porvir
Nas madrugadas em busca do cuscuz da manhã.
Onde estará Severina, morte e vida,
Onde estará o orvalho da manhã que ensopava as nossas frontes.
Somos frutos da terra, frutos do pó a retornar,
Chá de ervas,
Bichos do mato, fontes de energia naturais
 e alimentar, onde estarás.
Não somos pólvora, Machado ou facão,
Somos o fruto da terra que iremos reconstruir.
Olhei para a terra para escrever esses versos, cantos, prosas talvez,
Sonhando em dedilhar O meu violão, feito de Carvalho e tripas de carneiro,
Talvez consiga tocar um lamento, da terra-mater que geme.
Onde está esperança que não responde, ouço o langor do violino do
Apocalipse que nos matará.
Bicho homem, qual a fera que te substituirá para nós matar.
Não é o amor, pois a natureza mais uma vez nos ressuscitará, mantendo as
Nossas vidas "Em seu altar".
Afinal o Céu é azul

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