sábado, 30 de setembro de 2023

apoesiadoparaiso

O seu coração bate na porta do meu paraíso

 
Foto google

Estou atento aos seus passos, quando você se

Aproxima em passos compassados até a porta

Do meu paraíso, que antes bate por ti.

Estou contigo, em abraços sinto o pulsar

Do seu coração, que me encanta em derredor, em

Torno, à roda, roda enquanto retornas para mim.

Pisas nas minhas flores esmagando pétalas para

Exalar o perfume com que vais me banhar, para

Ungir o seu corpo e as nossas almas pueris.

O orgasmo da madrugada está próximo, somos

Entre delírios intensos corpo e alma, lábios

E bocas, beijos e caricias, entre abraços que

Não nos deixam fugidios e nem insones.

Agora, ouvimos, “Knockin' On Heaven's Door, Bob Dylan”,

 

Batendo na porta do céu.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

apoesianostalgica

Saudades da Rua do Cacau


Noites de sonhos, noites na Rua do Cacau

Oficialmente Rua João Evangelista, que não era o santo,

Madrugadas adentram pedaço de mau caminho dos jovens, para os velhos antros de perdição.

Cheias de Graças doces meninas, ventre ilusionistas, decotes generosos para o

Momento final.

Inicio de noite, músicas duvidosas e gostosas soavam como orações,

Danças coladas, fungadas no Pé do cangote, confissões entreouvidas no salão cheio

De penumbras entre idas e vindas de mulheres ao luar em busca de um par.

Mesas fartas e repletas, quartos furtivos transformados em alcovas de juras e

E perdões.

Entre paredes se ouvia!

- Você volta amanhã?

-Volto!

- Estou te esperando, você sabe que é o único homem da minha vida,

Pura ilusão.

Bar do Chico, Barraca de zinco do Dedê, Cabaret de Flávio, Roupa Velha de Manhoso e Baixota, Quiosque da Tilú tínhamos a Brasília Velha e a Nova, a Boate Cinderela,

Luz Negra refletiam a meia luz no meio do salão como céus de estrelas.

Cachaça da boa, cervejas geladas, bebidas quentes, uísque com guaraná, falsas

cuba-libre pois a noite era longa para as meninas acasalar mais e mais.

Mulheres tinham nomes Madalena, Biô, Escurinha, e até nomes exóticos Borboleta,

Maria Pitú, Boca de Cabelo e Carrola, que na Pia Batismal

Recebeu o nome de Crispina.

Tinha até o Diploma, que vagou pelas ruas até o último acorde do Cisne Negro.

Tinham visitas corriqueiras as Farmácias de João Adry, Antonio Mansur, Tonho

Buguelo para curar as seqüelas deixadas de uma noite de falso amor.

Tinham jóias falsas, cortes de tecidos, perfumes, pó de arroz e rouge para

Embelezar e perfumar as noites de falso amor.

Tinha também autoridades, Delegados, Policiais e Comissários de Menores eram as

Forças armadas pra botar ordem no lugar

Tinha corpos estirados, faca, facão, tiros e até gilete e navalhas

Quem não se respeitasse era brindado com algumas horas no Abaixadinho da

Chefatura local e quicas descanso eterno na Palmeiras da Saudade

De lá saíram professores, contadores, advogados e quicás médicos

Nem todos foram produtos do meio, mas, viveram no meio da eterna Rua do Cacau.

Nostalgia

Hoje acordei nostálgico, revirando o Bataclan,

Comendo quibes no Vesúvio, dançando nos

Embalos do sábado à noite, filmando os seus olhos

De Vênus.

Será que acordei entre as vozes de Charles de Aznavour

E o melódico Frank Sinatra, Jerri Adriani e Rita Pavone.

Una lacrima só viso,

Se non avesse piu te, silêncio agora. Dio por que não

Me deixas amar, entre nuvens, como se não houvesse

A quem amar

Talvez

Eu queria ter uma filha, chamá-la-ia de Julia Roberts,

Não sei se Salma Alexandra gostaria de tê-la como irmã,

Pois é primogênita do mesmo sexo.

Ideias que vem no limiar da idade, sem ter ou quem será a mãe

Da nova vida que um dia advir, entre dádivas,

Sonhos que cantarei em todos os momentos, antes de partir

Entre estrelas ou nas madrugadas onde recluso

Eu amarei só você, Io mondo.

Tudo calmo

Melhor assim, eu estava aqui com os meus botões,

Falando sozinho, sonhando com Júlia Roberts, viajando,

Comendo, bebendo, pensando em te amar.

Loucos são entre o imprevisível, sem você, senis quando penso

Que você vai aparecer, abraçando-me, mordendo-me,

Sentindo  o prazer de forma incondicional, um amor sem fim,

Pois nada é proibido.

Não te darei tristeza, só quero te querer, ouvindo aqui e agora

Só eu e você.

Nada é proibido entre amantes atemporais.

Quando

Quando os meus sonhos deixam, banho-me nas águas

De Atalaia, entre pensamentos e ilusões que

Estás junto a mim.

Percorro poesias, bombons e chocolates, palavras

Palavras que me alucina, sem sentir o gosto dos seus lábios,

Agora ardentes, sem deixar marca de batom, cobrindo-me

Com as suas madeixas cor de néons, sonhos que tento

Afagar aqui e agora.

Recônditos estão, oro por ti, afago as minhas mãos que estão

Prontas pra ti acariciar.

O ônibus passa, não vê a sua silhueta que agora não passa por mim,

Ah, o telefone toca e me diz: amo-te.



quinta-feira, 28 de setembro de 2023

apoesiada meninacomconchasnasmaos

Vi você dançando nas areias da praia colhendo conchas


Menina,

Um dia chegará alguém na beira da praia

E te perguntará:

Você já apanhou conchas na praia?

Com um olhar incerto talvez você responda:

- Talvez sim!

Pergunto-te de novo:

Você colheu uma concha e ficou alegre, certo?

-Talvez sim!

Essa concha que você apanhou te deixou alegre?

- Talvez sim!

Essa concha que você apanhou era eu, e você

Deixou escapar entre os seus dedos, retornando-me

Para as ondas que entre o vir e ir não me despedaçou para

Que eu voltasse para as suas mãos.

Hoje já não sou concha, sou o anjo que apareceu por vontade

Do Deus Mar, para acalmar os mares diante das

Tempestades que antes te atormentavam.

Surpresa você exclama:

- Era você a concha e agora é anjo?

Sim!

- Que bom que agora tenho um anjo ao meu lado!

- Que bom que ganhei mais uma poesia, que me traz

Um anjo, agora um anjo que apertarei no meu coração,

Para Nunca mais voltar para o mar

Ou para integrar outra constelação

Do Almada a Pontal!

 

Cláudio Luz

apoesiaentreversos

Versos alheiam

 

Os meus versos passageiros, quando alheio escrevo,

São como trilhos percorridos, na penumbra da viagem

Que nunca pretendia fazer.

Os meus versos quando em viagens, divago, entre a velocidade

E as paisagens, que preenchem minha mente, questionando-me,

Quais os desejos do Arquiteto da Morte sobre mim.

Os meus versos às vezes são de despedidas, ausência de sentimentos,

De solidões acompanhadas e amores que vai e que vem, desembarcando sempre na próxima estação da vida eterna, que não verei.

Os meus versos que espelham as águas no Rio Almada, que flui desde

Pouso Alegre, Guaraci, minha Terra-Mater-Pirangi, se esvaindo

Na Barra de São Miguel, na Capitania de São Jorge dos Ilheos,

Fazendo mais uma vez os meus versos alheio renascerem.

Marca-me

Eu que gosto tanto de você, coração

Sempre em erupção, esperando o verão chegar,

Para gostar mais de você, nas minhas vidas marcadas

Para gostar tanto de você.

Beijo as silhuetas do seu corpo, em meus pensamentos ilhados,

Entre os meus olhos tresmalhados, ilhados, entre o meu amor

E o seu que não vem.

Entretanto é primavera, pois amo você, entre profecias e salmos,

Cânticos dos cânticos, poesias e vinhos que me embriaga,

Que me entorpece vendo os nossos corpos, você dentro de mim

E eu em você.

É primavera! Vou ao altar jurar o tanto que gosto de você.

Agora querida


Beija-me Agora, quando sonho com o seu amor prometido

Que me devora e agiganta-me em perfeito extremo,

Entre o eu e você, quando a noite cai e a lua é o infinito

Que nos submerge quando estamos lado a lado.

Fica agora comigo entre montanhas, talvez na praça

Aonde as nossas crianças brincam, ao derredor da tarde,

Encontros do sol que se despe por mais um dia.

Agora, querida fica comigo nem que seja stand by me,

Pois para fazer sempre, estarei sempre no ar.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

apoesiaespistolar

Epístola Segundo o meu coração


O amor que agora tenho caiu das estrelas,

De alguma forma única, mergulhando entre

As ondas, imergindo no oceano, correndo rápida

Pela areia, como uma sereia gerada, nascida da terra

E da água, como o fogo que agora dos meus olhos brilham.

Agora segundo o evangelho do meu coração, que bate

Descompassado, fazendo me amar a realidade, ao ouvir

O retinir de um címbalo que abre as portas do seu

Coração que bate por mim e o meu por você.

Assim como a epístola, eu precisava de um coração certo.

Tudo que eu precisava era da pessoa certa que

Agora se encaixou em mim e eu nela.

Agora que colidimos como estrelas, nem uma

Sombra bloqueia o nosso sol, mas encanta a lua

Todas as noites, antes das estações que agora

São concretas, não abstratas.

Agora que a epístola repousa entre nós, os

Caminhos que agora seguimos nos levará

A uma única direção, unindo os nossos corpos,

Quando somos o tudo que precisamos,

Como cavalgássemos entre os campos

Selvagens, banhando as nossas faces no vento,

Caminhando pela praia, vendo o nosso futuro

Nas águas, agora que não somos mais corações

Perdidos.

Agora segundo a epístola do amor nós somos o tudo

Que precisamos ser, como as estrelas que colidem,

Como você e eu.

 

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

apoesianasestradas

Encontros e despedidas


Já não escuto a voz suave de Íris Lettieri

Nos saguões dos aeroportos, anunciando decolagens

E aterrizagens nas vidas, entre idas e vindas,

Como se não houvesse mais você.

A ansiedade que nasce e morre em volta de mim

Quando você não está presente no tempo,

Com seu olhar de Dália Negra,

Inerte por estas minhas palavras

Que nunca chega a você de forma aveludada e inconfundível

Mas, como trovões que derramam pétalas de águas sobre

O seu rosto enigmático e profano, sempre numa

Tarde de domingo, ao som de Endles Love, invadindo

As ondas sonoras do meu radinho de pilhas

Que descansa na alcova, aonde os nossos corpos

Repousavam constantemente, entre os estrondo dos

Supersônicos que povoavam os nossos sonhos,

Fazendo-nos uno, simplesmente um só coração

Que pulsava pra não perder a altitude que nos faziam

Seguros entre as decolagens e aterrissagens dos voos

Sonhados numa incursão entre nuvens cumulusnimbus,

Forçando-nos a uma amerissagem, na lua dos nossos

Paradigmas, nunca programados, entre idas e vindas,

Como o rio que vai ao encontro do fim.

Como se não tivesse mais encontros e despedidas.

Equações

Estou entre linhas imaginárias, talvez a do Equador

Ou andando pelas serras que circundam o meu Itajuípe

E os desertos do Atacama, por onde nunca andei.

Sempre sonhos, caminhos imaginários que nunca percorri

Buscando você, entre estrelas e flores que não colhi

Pra te ofertar.

Desde o início da primavera derrama-se chuvas que

Não aquece o meu corpo sem o seu e nem dissipa as saudades

Que sinto de ti.

Medito equações, estações, incógnitas, sem os Múltiplos

Divisores Comuns, que o poeta exclamou: "Tu és o MDC da minha",

Vida partida, não como num quadro negro, mas em contemplações,

Cheio de luzes.

Quero, não em equações, afagar os seus cabelos, entre o nascer

e o pôr do sol a sombra de um farol.

sábado, 23 de setembro de 2023

apoesiadaprimavera

Eu posso ver o seu brilho

Eu não posso ofuscar o seu brilho.

Mas, posso remover os obstáculos que vem do

Alto da pirâmide,

Que nos decifra e que não me deixa te

Admirar... Magnífica.

O seu brilho é... (brilhante) como uma Flor da Acácia,

Representando um dia de sol, numa tarde sempre

Presente.

Distribuindo pétalas pelos caminhos.

Existe um brilho dourado,

Ou um brilho que não tem a forma de uma Rosa.

Agora eu posso ver o amor chegar,

Com os sentimentos positivos, lúdico,

Como esta oração pelo qual eu tanto rezei.

Foi uma oração brilhante,

Por mais um dia de sol.

Observo o infinito pueril

Despedindo-se do inverno,

Percebo você brilhante,

Um ser brilhante, agora, como uma oração

Num dia de sol.

Agora eu posso ver o seu brilho.

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

apoesiaemcascata

Quando o equinócio chegar

Quando o equinócio de outono se aproxima

É a afloração da Primavera tal como solstícios

Que banham o seu corpo, os seus cabelos

Repletos de flores primaveris, que não

Ofusca a sua beleza natural.

Os astros circulam em cirandas.

Vejo-te no caleidoscópio quando você me decifra

Manuseando cartas de Tarô, reencontrados.

Os nossos sonhos e destinos encontrando-se agora

Embriagando-nos, decifrando com esoterismos os

Próximos passos que iremos nos iniciar.

Somos enamorados como almas gêmeas, somos o ar

Que respiramos, sou justo, eu libriano você capricorniana,

Ascendentes em noites de poeiras boreais.

Somos cumplices, leais e amantes excelentes, quando

A primavera está para florescer.

Somos amantes da liberdade, presos numa única

Corrente que agora não nos aprisiona.

Somos livres para aguardar os próximos solstícios e

Equinócios que nos mostrará o caminho que

Não nos separará.

Seremos sempre uno iluminados

Pelo trino e pelas constelações que povoam

O infinito que um dia nos vestirá.

É primavera!!!

Plantei otimismo, esperanças e utopias

No último verão, a colheita está próxima,

As flores começaram a brotar espalhando doces perfumes.

Nos meus sonhos primaveris

O Rio Almada, em seu bailado se esvai para o mar,

E do horizonte já aponta o despertar solene do meu coração

Trazendo o afeto que não se encerra.

As serras dos Vinháticos, da Massaranduba e demais descortinam-se

Rumo ao firmamento luzidio e imponente no longo período que nos abrasará,

O lagos com seus espelhos d’águas refletem os sonhos dos amantes

Pelas madrugadas calientes em busca de paz.

O sol escancarado suplica a lua encantada que adie por alguns momentos

O final da tarde para que as estrelas sejam refletidas nos seus

Raios com pouca luz.

É a primavera que chega!

Caminharei a passos largos para colher

A rosa antes cálida e agora crescente que roubará o meu

Coração.

É a primavera.

É o tempo e o vento em cumplicidade,

Transportando-nos para a alcova, onde acontecerá

A nossa talvez eterna, doce união...

Bebo-te

Como vinho te fez vinho, noites, distâncias, desencontros

E nuvens que nos ofuscava em noites e dias.

Deus te deixou livre, te amamentou quando você precisava viver,

Verbo sol nascer e a esperança vida brotar.

Não fiz orações, mas no fundo da alma Deus me ouviu,

Preces que não fiz, orações que não elevei.

Pela vontade de Deus estamos aqui como ósculos,

Não com opróbrio, somos vidas plenas como se fôssemos

Procriados agora, brindo com vinho agora o nosso reviver.

Bebo-te numa final de semana no Bataclã, ouvindo Bee Gees,

Nos embalos de sábado a noite na eterna de São Jorge

Dos Ilhéos.

Amar-te é ilusão, mas estou próximo.

Enfim o equinócio

Enfim o equinócio primaveril,

Banharei-te entre órbitas aparentes,

Eclíptica talvez.

Consulto o Zodíaco, vejo-a no

Caleidoscópio por não saber jogar runas no inverno

que se foi.

Quem para mim sem nada pedir, que se entregou,

Como um passarinho, que almeja.

Liberdade pra sentir saudades do

Meu peito que arfante está.

Que venha o dezembro com o Solstício pra

Amarmos-nos, livre que seremos.

Deixe-me estar

É Primavera,

As páginas estão separadas para serem prensadas

Na fornalha quente e febril,

Como um real desejo, que se expande entre o vazio

Do ontem e o preenchido hoje, banhado

Pelos raios do sol que ilumina os nossos rostos e

Almas sedentas pelo amanhã que advir.

O nosso lagos ainda está derretido,

Embora no escuro, toda a água verde que ainda estar

Por vir, eu não acho que possa levá-la.

Lembro-me do vestido vermelho e negro,

Enfeitado como ondas, indo e vindo entre

O devanear da luz e os sonhos pueris da lua que inundavam

A minha mente, que exorbitava entre o vadiar

E o ressumar, quando havia uma nova canção no ar

Dedicada a você.

Hoje esperando você olho para o sol

Meditando, sobre os amores que tive e

Depois de todos os amores da minha vida

Que tive de deixar, concluo que você ainda vai ser a única que adorarei,

Vendo em seus olhos as coisas que eu desejo, transmutando

O fluxo da paixão, como as artérias dos rios universais, que singra

Através dos céus, brilhando no escuro, observando

Calmamente as águas passar, libertando esse amor encravado

No meu coração que exclama...

Novamente:

“Deixe-me estar”

Realmente, ainda há uma luz que brilha em mim!!!

Não apagará

Em algum lugar meu amor, quando chegar às esperanças da Primavera,

Colocarei uma tiara de flores sobre a sua cabeça, e

Cobrirei com as minhas fantasias, colhidas em algum lugar cósmico,

Nas colinas, talvez, aonde há sonhos e tudo o que seu coração pode

Suportar,

Onde a noite e o dia tenham a mesma duração eterna,

Como o nosso predisposto sentimento, que o tempo

Não apagará.

Espero que Você venha para mim como um vento suave, como um

Lugar ao sol, que de intenso, acalma a queda de um anjo ascendente.

Então, minha alma gêmea, você mergulhará em mim, num dia em que a

Primavera romperá o sol da meia noite, quando

Não mais existir ilusões perdidas e nem perdidos ecos,

Nas asas dos escaravelhos do Nilo, que empurra O deus Rá,

Por toda sua trajetória durante o dia, até o entardecer...

Na Alexanderplatz

Sonho por você,

Como se estivesse deitado num banco

Perdido na Alexanderplatz, observando as cidades

Do mundo, com as suas respectivas horas, amores

E desamores, tempo marcado, talvez, observando

As nuvens descompassadas pelo tempo ágil

Que já não reflete as mesmas imagens antes desenhadas,

Nas portas do Céu.

Medito já inerte, sob o cais, debruçando-me sobre o Rio Almada,

Que agora impávido, rompe o tudo que o impedia de

Singrar pelos os mares agora navegável com a relva

Que distribui radiante, o verde que nos inspira a amar.

Percorro a cidade nua, observo os transeuntes que vagueiam,

Entre achados e perdidos, flutuando entre as artérias que

Sangram, anunciando uma nova história que está por vir.

Acordo sobre os jardins suspensos da Praça Adonias Filho,

Porventura, nos bancos da Régis Pacheco, ouvindo os burburinhos

Que vem da Praça Manoel Agostinho de Santana e das Pitangueiras.

Ponho-me em oração no Templo Sagrado da Colina, ouvindo preces

Não repetidas como o sol que emerge no horizonte, anunciando

Um novo dia de Paz.

Deixo a Alexanderplatz, sem beber da água da Fonte da Amizade

Internacional, para banhar-me nas águas escuras dos lagos

Itajuipenses.

Amando Lara

Quem dera que eu fosse Dr. Zhivago,

Amando Lara, não nos Montes Urais e sim as margens do Rio Almada,

Sob a direção de Bernard Attal.

Encantar-me-ia o anarquista Klaus Kinski, limpando os sangues

derramados no

Outubro Vermelho de 1917,

Levando-os para redimir a Primavera de Praga,

Ouvindo Dubcek ecoando a nova revolução do Solidarność,

de Lech Walesa, que no combalido Brasil, não demora aflorar.

Que venha os “Magníficos”, armados com “A Coleção Invisível”

que temos que enxergar.

Liberté, Égalité, Fraternité.

Que viva a Pátria, que chova arroz!!!

Invocando a frase “Não Passarão”

de Isidora Dolores Ibárruri Gómez “La Passionara.”

Chega de banquetes na Ilha Fiscal.

Rosa Luxemburgo rogue por nós,

Giordano Bruno Rogai por nós,

Danton rogue por nós.

Que os frutos do cacau digam amém.

La dolce Rosé ou Campari...

Não contarei mais hi(e)stórias, não farei

Mais versos do que eu sinto pelas utopias,

Emoldurada nas ondas, onde me afogo, entre o clarão

Da noite e a escuridão do dia.

Quero mais sentir o seu peito, arfante

Na madrugada, que antes nos identificava,

Pelos espirais que soturnamente se esvaiam nas

Madrugadas não senis,

Nos momentos em que o seu corpo desfalecia no meu.

Não quero mais alcançar o papel almaço que

Perdeu-se no tempo desde os últimos

Versos de Romeu para Julieta, by William Shekspeare,

Que nunca serão autentico se partir do meu coração,

Que por ti não bate! Apanha!

Melhor seria um Rosé ou um la dolce Campari,

Que completaria o infinito das minhas

hi(e)stórias, refletidas nas meninas dos seus

Olhos que contemplam o ir e vim da

Chuva, que caudalosamente enxuga

Os meus doces sonhos, que ainda sonham por ti!

Todas as formas de amor...

O meu amor é esotérico,

Firme como os raios solares que te sombreiam,

Nas últimas noites de verão.

O meu amor é cósmico quando tergiverso,

Em busca da última estrela que iluminará o seu santo ser,

Da minha alma sedenta, de prantos utópicos,

Que nos rondam incessantemente ao raiar do dia.

O meu amor é teosófico, avesso ao abstrato, não

Impossível de ser descrito, entre o céu e a terra.

O meu amor é conectivo quando une as nossas distâncias não

Paradoxais, presente em todos os momentos sem fim.

O meu amor é poético, na medida em que os meus

Sonhos se reencontram, no doce espaço do meu

Coração que clama por ti.

O meu amor é seu...

Feira de Natal da Breitscheidplatz

Tomara que o verão que se inicia, impreterivelmente amanhã,

Não tenha as marcas da Feira de Natal da Breitscheidplatz,

Que mais uma vez nos traz lágrimas, após a primavera

Da Chapecoense, ou da Boate Kiss, de triste memória,

Tragédias nossas.

Como vou saber?

Que Natal vai nascer em nossos corações,

Combalidos pelas privações do dia-a-dia,

Que nos leva de volta a idade das trevas,

Enunciados pelos falsos profetas do cãozinho

Do sétimo livro, escrito por sucinto ser.

Estamos em dores de parto, igual ao mundo

Que aqui e acolá nãos nos dá tréguas desde

O nascer do dia a escuridão da noite, que não nos dá

Tempo de vida para procriarmos enxaquecas, que nos

Leva a refletir Santo Agostinho: “Ó torpe minha alma,

Que saltando para fora do santo apoio, te lançavas na morte,

Não buscando na ignomínia senão a própria ignomínia?”.

Momentos solitários, que nos atormenta nas

Noites traiçoeiras que

Serão encobertas pela próxima aurora,

Que não nos mudará por sermos um ser social, frágil

Demais para viver sozinho, mas quando nos aglutinamos

Para fazer o mal,

Somos feras despertas, distribuindo o mal incomum

Que nos é peculiar.

Afinal!! "Ser ou não ser, eis a questão", num mundo filosófico

Que almeja a paz, mas faz guerra por falta do que fazer.

Cortaram a luz do final do túnel, da pouca racionalidade que

Ainda existiam...

Em nós... “Nós quem cara pálida”