Amor
entre o céu e o inferno
Encanto-me com a luz dos relatos do meu
Coração, às vezes traiçoeiro, sob luzes cândidas e
Otimistas que coleciono de certas épocas em que te amei.
Não me surpreendo dos momentos espetaculares, que se
Históricos fossem abalariam o mundo, que ainda é
A nossa razão de viver, entre gangorras, oscilando
Entre as cordilheiras dos Andes e o rio que banha o
Madagascar, em tempos de guerras ostrascisticas,
Pelas quais nos exilamos em dois mundos opacos, sem
Prisões aparentes, sem humilhações ou quedas, que é
Trivial nos corpos que se separam entre o céu e o inferno,
Que não é a Divina Comedia, de Dantes, enquanto navegantes
d’agora em diante, compondo poesias em linhas oblíquas,
Dissimuladas, congelando o tempo que um dia responderá pelas
grandes
Vitórias, pequenas derrotas, sem quedas ou cicatrizes,
Que mesmo tentando não incendiaram os nossos corações,
Menores, reflexivos, entre o nascer das nossas luzes,
Não mórbidas, que nos impressionavam
Nos momentos, nas sombras que emanava do crepúsculo, enquanto
Fazíamos caras e bocas, figurando o amor que
Já pode retornar para os nossos braços e abraços,
Envolto em luzes, presentes no lado oculto da lua
Aonde os astronautas não poderão impressionar-se, com
O prateado do sol, refletindo entre ondas que
Emanam do mar da tranqüilidade, no lado crescente,
Das estrelas cadentes, quando decidiríamos o nosso
Amor, talvez renascendo da luz ou das trevas que procura nos
ocultar
De um novo Armageddon que um dia virá como um Te Deum ou
Quem sabe com o Pas de Deux.
Cláudio Luz