quarta-feira, 1 de novembro de 2017

a poesia de cláudio luz - amor de boemia


Amor de boemia

Você nunca pediu para eu ficar,

Apenas, sempre trancava a porta enquanto eu

Percorria ruas a ermo, encoberto pela

Penumbra, que ria disfarçadamente dos meus

Infortúnios, cadentes a meia luz.

Em pensamentos entendia que nunca

Aprenderia se eu voltasse de novo entre – passados,

Gostados por demais, comendo, rezando e amando,

Entre os deuses e os mortos, embriagando-me

Com as iniciais do seu nome, entre o “Alfa e o Omega”,

Não envelhecido como o vinho que brindamos no momento em que nos

Conhecemos, dançando entre acordes dissonantes, sonhando passar os

restos das nossas vidas juntos.

Não sei se deveríamos ser feliz para ser infeliz ou

Infeliz para pensarmos que éramos felizes, bebendo da taça incólume,

Beijando esperanças frugais, que se encontravam nas prateleiras

Boemias, que nos postergavam para não

Encontrarmos o Day after,

 Ou para a solidão que vestíamos,

Quando deveríamos está nu, entre retalhos mal resolvidos,

Que não cobriam os nossos corações, quando não ouvíamos

Os apelos dos ventos e das indóceis recordações

Que sempre nos separou.

Você simplesmente sempre me deixou ir...


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