Mãe
Mãe vem me beijar de novo como se
fosse de novo à última vez,
Beija-me muito como no dia do parto,
entre paredes,
Cúmplices foram às primeiras horas da
vida que me deste.
Beija-me Mãe Glória, agora
alternadamente aos altos céus,
Envolta entre estrelas, como os seus
olhos que brilhavam
Quando me amamentava, entre acalantos
e cantigas
Que hoje eu durmo só em escutar.
Aqueles olhos que ainda brilham a
Sombra do Altíssimo
a nos abençoar.
Querida Mãe Glória, não sei em que
momentos eu estarei
Junto a você e novamente queria que
me amamentasse,
Entre beijos e abraços.
Deus haverá de nos Eternizar, entre
auroras e o pôr do sol
E luares a brilhar.
Mamãe, desde que você partiu fez
morada em mim.
Ame-me
Palavras, palavras entre vírgulas,
sem ponto final,
Afinal o amor que me condena é latente entre
os seus risos,
Mentiras talvez, bombons e
chocolates,
Um copo de cerveja, palavras palavras
que nos despem,
Entre noites prometidas e futuros
incertos.
Agora balbuciou, me ame me ame, por
favor.
Afinal o meu coração agora,
predestina-me se eu não for
O seu amanhã, estarei disperso nas
estrelas suplicando,
Somente me ame.
Restrições, quem sabe iníquas
Já não posso sentar-me na mesa do meu
botequim preferido,
Deleitava-me antes com o quebra gelo,
para depois agarrar
Aquela loira suada e suga-la em goles
intermináveis e escalas,
Entre uma batida e outra.
Nunca imaginei de ter portas abertas
em farmácias,
Mercados e essenciais, menos a do ABC
da Noite,
Se cuide Caboclo Alencar.
Não sou mais transportado,
transporto-me pelo ocaso do dia,
Agora mascarado sou, perambulo entre
logradouros
A procura de um gole, como se
transgressor eu fosse.
Afinal, beber e comer tira-gosto em
casa,
Não tem o gosto dos servidos nos
botequins com as presenças
dos hoje transgressores também.
Valha-me, qualquer dia desse eu
abrirei todos os redutos boêmios
Dizendo: Quem manda sou eu, e daí!
Viva a Confraria de O' berimbau, de
Canavieiras e a Academia Álcool, em Pirangi.
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