quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

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Chuvas que lançam



Destemida entre correntes, elos que nos une,

Luz cadente que não nos separam entre ventos e uivos,

Entre areias e pedras vulcânicas que transbordam

No Rio Almada.

Tristes almas que vagueiam entre ruas de buracos,

Que guardam solidões, por onde circulo com meu coração

Disforme pelas últimas chuvas primaveril.

Embora as ações dos decaídos, sem asas, sem sensibilidades,

Que não enxergam que o rei está nu, na procissão o acompanham

Como trovões, gritam aquilo que passou em suas vidas,

Com os corações gemendo aquilo que não deixaram passar.

Entrecortando a cidade desnuda, expira rumo ao campo santo

Que está prestes a sumir, entre o que de pior porventura vier.


Sombras, nada mais


Engraçadas são as nuvens que me observa e se esconde multiforme,

Entre o calor do sol e ameças de chuvas que talvez amaine

O fogo que vem de dentro de ti.

Chuvas de verão virão, entre tempestades beijarei o seu corpo,

o seu ventre, entre violinos talvez.

Talvez balbuciarei, cantando acalantos, vem mininar com

Um jeito bom de menina.

Sombras que me envolverá, nada mais a mininar, menina!



Feira de Natal da Breitscheidplatz


Tomara que o verão que se inicia, impreterivelmente amanhã,

Não tenha as marcas da Feira de Natal da Breitscheidplatz,

Que mais uma vez nos traz lágrimas, após a primavera

Da Chapecoense, ou da Boate Kiss, de triste memória,

Tragédias nossas.

Como vou saber?

Qual Natal vai nascer em nossos corações,

Combalidos pelas privações do dia-a-dia,

Que nos leva de volta a idade das trevas,

Enunciados pelos falsos profetas do cãozinho

Do sétimo livro, escrito por sucinto ser.

Estamos em dores de parto, igual ao mundo

Que aqui e acolá nãos nos das tréguas desde

O nascer do dia a escuridão da noite, que não nos dá

Tempo de vida para procriarmos enxaquecas, que nos

Leva a refletir Santo Agostinho: “Ó torpe minha alma,

Que saltando para fora do santo apoio, te lançavas na morte,

não buscando na ignomínia senão a própria ignomínia?”, em

Momentos solitários, que nos atormenta nas

Noites traiçoeiras que

Serão encobertas pela próxima aurora,

Que não nos mudará por sermos um ser social, frágil demais

Para viver sozinho, mas quando nos aglutinamos para

Fazer o mal,

Somos feras despertas, distribuindo o mal incomum

Que nos é peculiar.

Afinal!! "Ser ou não ser, eis a questão", num mundo filosófico

Que almeja a paz, mas faz guerra por falta do que fazer.

Cortaram a luz do final do túnel, da pouca racionalidade que ainda existiam

Em nós... “Nós quem cara pálida”

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