Infinitamente Cósmico
A poeira cósmica invade os meus pensamentos,
Como podes, dizer que me escondo de
ti,
Que não me deixo ver?
Na verdade, eu brilho nas poeiras
infinitas, mas
Tu não olhas para mim que não sou nem
tanto cósmico
Assim.
Incompreensível, a minha poeira é
mais mistérios,
Opacos não.
Além do mais mistério sempre há de
existir, no infinito
Que agora chora copiosamente,
aquietando
A Min ‘alma ensopada em pleno inverno
primaveril.
Não me pergunte o que faço da vida, a
razão porque vivo,
Pois eu também não sei
Porque não sei.
Não me pergunte se chove lá fora
Porque também não sei.
Não me pergunte por que existem
guerras
Abaixo dos céus cósmicos, te direi
que também não sei.
Mergulho agora o “nirvana”, para
encontrar tantas emoções que
Desperte sensações siderais de grande
paz, para
Bailar contigo, entre poeiras
cósmicas e néons.
Não precisa nem me abandonar, acaso
sim, irei
Como argonauta num barco de papel
crepons
Em ékstasis siderais.
O teu olhar
O teu olhar que me levava ao paraíso central,
Entre promessas, acenos não imorais
que me desnudava.
O teu olhar, cor de ébano, quando me
incensava,
Chamas de ébano, entre o teu olhar e
o meu.
O teu olhar me faz(s)cinava quando te
encontrava nas esquinas,
Entre idas e vindas, eterno sonhar.
O teu olhar que me beijava entre
aquarelas,
Caleidoscópio
E mandalas e amuletos que fazia ser
de ti.
O teu olhar que me amava, entre
momentâneos desejos,
Lampejos, brilhos e arroubos que me
fazia olhar o teu olhar.
Entre luz tênue e lençóis
Reviro-me entre lençóis olhando as estrelas espelhadas no teto
Dos seus olhos, que caem molhando o
meu corpo, envolvendo
As recordações febris,
Relembro as coisas certas que fiz
erradas e erradas que eu fiz certo
Para não você não me deixar partir.
Não estou aqui pedindo uma segunda
chance
Que me dê razão, mas não me dê
escolha
Pra cometer o mesmo erro outra vez.
Reflexões ah, reflexões tardias que
se esvai entre os nossos
Corações perdidos não sabem onde,
entre as estrelas que caem,
Quando saio porta fora e subo a rua
cantarolando aquela musica
Profana que não sai dos seus ouvidos
sempre atento para
Escutar uma nova canção, inusitada,
colhendo um novo sentido,
Entre almas furtivas que percorre
labirintos, como errantes
Que somos percorrendo estradas cujo
destino nos
Levará a nos reencontrar quem sabe,
entre luz
Tênue e lençóis.
Amor em tempos de Apocalipse
Sinto uma vontade de dizer sempre “Te Amo”,
Fazendo uma sagrada união,
cabalística, cheia
De esoterismo, sem efeitos
conspiratórios, contrito,
Emanando sentimentos incontroláveis e
uníssonos,
Sem fabulas, dançando farândola, com
um bando de
Desprovidos de amor próprio, talvez.
É fantástico dizer “Eu te amo”,
soando ao som de Love Hurts,
Hospedando-nos no talvez Hotel
Califórnia, como águias,
Percorrendo o Rio Almada, de um
extremo ao outro, em
Direção ao mar.
Quem sabe se um dia colherás
memórias, escritas
Em papiros, pelos padres do Deserto,
solvendo meias-taças,
Envolta em meia-luz, emanadas,
através da meia-noite, cor
De chumbo, ardiloso, como se fosse uma
argonauta, em busca
De novos anjos, para anunciar uma
nova paróquia, entre parênteses.
Agora forjados como se fossemos novos
profetas, anunciando o apocalipse
Segundo O amor, entre os céus e a
terra, que nos resgatará após o enlace,
Prescrito no vigésimo capítulo, do
livro inicial dos nossos sonhos,
Sonhados, entre uma Parole, ou um
dizer ou não.
Preciso te dizer sempre que Te Amo!
Águia Dourada
Ela era uma águia, alçava voos no meu coração
Que queimava como as cinzas da Fênix
Brotando beleza e amor.
E “Dourada” era o seu nome
Os seus olhos eram de cristal
Fazendo-me um louco homem
Adormecendo na noite escura que era
sua
Brotando o que jamais se consumou
Ela tinha isso
Quando eu era o porto seguro
Ela era o fogo, em seu desejo
De querer ficar livre para sempre e
voar entre sonhos,
Entre a terra e a lua, eternos sonhar
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