Desnudo-me
Desnudo-me, grito no meio de uma multidão
Ausente.
Já não tenho nervos de aço, o meu grito está insonoro,
O meu coração em descompasso te chama num
Horizonte perdido, não me encontro, sou fé, agora
Descrente, cego porque não!
Os meus olhos agora que pairam nas lágrimas que
Cai dos seus olhos, face molhada por momentos
Que não deveriam existir, agora ocaso, que não
Nos leva a lugar nenhum.
Os meus lábios que antes te beijava com ardor
Agora estão frios.
Mais uma vez desnudo-me perante o universo que
Eu conspirei contra.
Colho frutos que se chamam arrependimentos, tripudio
Da minha herança maldita.
Antes deveria ser um natimorto, agora
Sou desnudo pelas minhas intemperanças que
Já não gela o meu corpo, agora nu.
Cláudio Luz
Nenhum comentário:
Postar um comentário