Harakiri das estrelas
Você não conseguirá
apagar minha luz,
Continuo voando pelos
desertos,
Esquecendo mágoas,
esperando parte do espólio
Que me caberá, como anjo
ou artífice,
Dos desejos que hoje não
repousam em seu coração.
Sou do céu, não tão
branco como as nuvens,
Nem tão escuro como as tempestades
que você previa
Nas suas insônias, ou
noites mal dormidas,
Buscando nas fronhas cor
de anil, o cheiro que exalava do
Meu corpo quando sonhava
por ti.
Que nesta noite venham os
raios inconstantes, frutos
Da imaginação, e que em
um deles, venha uma fagulha,
Infalível, onde
esquecerei as magoas passadas,
O brilho branco das
estrelas, os megatons que nos esperam
No holocausto final, matando
memórias que as estrelas que decairão
Não representará em
nenhum momento o que há de vir,
Que revelará o infinito
do corpo que é teu,
Onde as memórias transformadas
em gotas de vinho
Seco, quem sabe suave ou
frisante ou um daiquiri,
Que não provocará um
harakiri, perpetrado por
Yukio
Mishima, no último haicai, sem métrica e acentuação adaptada a partir de um punhal.
Assim voarei, para onde o vento sopra,
Tentando te encontrar algum dia,
Nas sombras, sobre minha estrela
Que estará carregando sua luz.
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