quarta-feira, 18 de outubro de 2017


Amor de morte


Chorei sobre o seu esquife, beijei

Os seus lábios e a fronte, sentindo o calor

Do amor que deixaste como semente no meu arfante

Peito, repleto de saudades já sentidas

No final da primavera que se esvaia, junto

Com a jornada que te levava para a última morada.

A memória viajava repleta do avesso e o direito que

Compunha aquela madrugada e a tarde onde descerraste

Na terra nua fria que abrigaria o seu corpo inerte enquanto

A sua alma e  o espírito galgava para o oriente eterno,

Insondável, para a nossa vã filosofia, entrelaçada entre

Flores com cores de carmim.

Engraçados não viram os sinos dobrarem enquanto os passos, seguidos

Na procissão, sufragava a sua partida, nos levando ao

Antes Palmeiras das Saudades, que tombaram em tempos idos, agora

Campo Santo, que abriga todos os credos e utopias que

Julgariam-nos lá.

Agora penitente, de joelhos, clamo para saber: em que

Estrela ascendente você repousa nas Graças do Pai, Eterno, que

Ilumina-nos perenemente até o nosso momento chegar.

Morte ou Vida! Afinal ande você estás?

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