sábado, 14 de outubro de 2017

PORQUE HOJE É SABADO - A POESIA DE CLÁUDIO LUZ


Acácias Adeus


Esta tarde o vento vem dos lagos,

É o outubro se esvaindo entre os nossos dedos

Pérfidos, que d’antes nos confortavam com meias verdades

E felicidades passageiras, como sonhos e flores

Que já não morriam no entardecer figurativos dos nossos

Ufanismos veranista.

Acácias, adeus amor

de Shangri-lah, onde nos amamos, pensando

Na eternidade perene que o Onipotente nos legou

Por alguns dias. Esta tarde talvez seja nossa última tarde,

Quando talvez partiremos deixando nos ficar só, nas nossas memórias,

como uma saudade inerentes de todas as partidas,

sem despedidas ou olhares que só nos comove após

o parto do amor que não deixamos nascer.

Quando as acácias brancas murcharam, após nos amarmos alguns dias

Deixando você transforma-se em “Una femme amoureuse”

ardendo de desejos, não unilateral, com o seu direito de amar,

sempre amar, sem nada determinar nas escuridões dos meus dias,

a não ser de me querer, ou guarda-me para o repatriamento dos lagos,

Que me afogam na solidão dos meus dias que já não são os de Shangri-lah.

Flores das Acácias adeus, só você pode me conter.



Cláudio Luz


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