Vôos absolutos
Não
tenho asas, sonhos apenas, caudalosos talvez,
Tenho ouvido
o sol que se esconde na penumbra
Das chuvas
de fim de outono.
Você
nunca me viu voar, através do crepúsculo,
Das trombetas
do Armageddon que me eleva
Até o
sentimento que sai dos seus olhos em forma
De orvalho,
que não pode me aquecer.
Somos cúmplices,
você não sabe que estou voando,
De forma
senil, tentando decifrar os seus braços que agora
Estão
cruzados sob o seu coração arfante que queima a minha alma
Na calada
da noite.
O
momento é profano e pueril, sinto a sua alma
Que tenta
em vôos absolutos me alcançar, mansamente,
Intempestivamente,
às vezes avassaladoramente, como
Os sonhos
de Ícaro em busca do sol.
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