Devemos Amar
Mesmo com o langor que nos consome,
Devemos amar, incondicionalmente,
Tendo a solidão que nos desperta,
Entre as hecatombes diárias que
sangra o mundo em soluços.
Devemos amar, quando não há mais
tempo
Para a pausa da tarde, que nos
contempla em silencio
Como na Idade das Trevas, entre
lamentos, presos
Nas escuridões dos breus, sem tocas,
Deveríamos ter nos amado quando o
ultimo
Acorde foi solado pelos violinos
ensombros,
Após um dia imediato ao ontem.
Teremos chances de nos deixarmos
amar,
Após a dança traçada entre passos
perdidos
Na ultima noite de verão.
Devemos amar, devemos amar
Entre o diapasão que envolve os
nossos sonhos
Sem calafrios, ou frisson, mas com a
sensação de prazer intenso, de ferir
A alma, repleta de razões impedidas,
que a nossa pálida razão esconde o
Infinito, uma felicidade em demasia.
Onde não mais procrastinará “O
Devemos nos amar”
Flutuando entre as razões que nos
leva ao amar abundante
Imersos na ventania incessantes.
Que venha o dia que consigamos a
chance
De ficarmos como Nossas almas,
Minha alma, sua alma
Nossas vidas unam sacrossantas,
cheias de
Amor intempestivo na nova noite que
Avizinha-se iluminado pelo Solstício
de verão,
Vamos nos Amar!!!
Amor entre o céu e o inferno
Encanto-me com a luz dos relatos do
meu
Coração, às vezes traiçoeiro, sob
luzes cândidas e
Otimistas, que coleciono de certas
épocas em que te amei.
Não me surpreendo dos momentos
espetaculares, que se
Históricos fossem abalariam o mundo,
que ainda é
A nossa razão de viver, entre
gangorras, oscilando
Entre as cordilheiras dos Andes e o
rio que banha o
Madagascar, em tempos de guerras
ostrascisticas,
Pelas quais nos exilamos em dois
mundos opacos, sem
Prisões aparentes, sem humilhações ou
quedas, que é
Trivial nos corpos que se separam
entre o céu e o inferno,
Que não é a Divina Comedia, de
Dantes, enquanto navegantes
d’agora em diante, compondo poesias
em linhas oblíquas,
Dissimuladas, congelando o tempo que
um dia responderá pelas grandes
Vitórias, pequenas derrotas, sem
quedas ou cicatrizes,
Que mesmo tentando não incendiaram os
nossos corações,
Menores, reflexivos, entre o nascer
das nossas luzes,
Não mórbidas, que nos impressionavam
Nos momentos, nas sombras que emanava
do crepúsculo, enquanto
Fazíamos caras e bocas, figurando o
amor que
Já pode retornar para os nossos
braços e abraços,
Envolto em luzes, presentes no lado
oculto da lua
Aonde os astronautas não poderão
impressionar-se, com
O prateado do sol, refletindo entre
ondas que
Emanam do mar da tranqüilidade, no
lado crescente,
Das estrelas cadentes, quando
decidiríamos o nosso
Amor, talvez renascendo da luz ou das
trevas que procura nos ocultar
De um novo Armageddon que um dia virá
como um Te Deum ou
Quem sabe com o Pas de Deux.
Cajango
Deito-me junto ao teu corpo na serra
da
Temerosa, Serra adoniana, filha de
suas ficções
Que até hoje nos transporta para
aventuras nunca
Por mim, ou por nós ditos defensores
da cultura
Local, caminhadas.
105 anos nos separam, visito a praça
denominada,
Não vejo um bouquet de flores
depositadas entre o seu
Busto e o Almada, no Sena talvez.
Sinto o pulsar daquele papo amarelo
que
Repousava no antigo memorial,
surrupiada por alguns jagunços
itajuipense, talvez.
Adonias Filho, onde estás, porque os
conterrâneos
itajuipenses hoje não lhe fez um repousa de Paz.
Saudades da Rua do Cacau
Noites de sonhos, noites na Rua do
Cacau
Oficialmente Rua João Evangelista,
que não era o santo,
Madrugadas adentram pedaço de mau
caminho dos jovens, para os velhos Antros de perdição.
Cheias de Graças doces meninas,
ventre ilusionistas, decotes generosos Para o momento final.
Inicio de noite, músicas duvidosas e
gostosas soavam como orações,
Danças coladas, fungadas no Pé do
cangote, confissões entreouvidas no Salão cheio de penumbras entre idas e
vindas de mulheres ao luar em busca De um par.
Mesas fartas e repletas, quartos
furtivos transformados em alcovas de Juras e perdões.
Entre paredes se ouvia!
- Você volta amanhã?
-Volto!
- Estou te esperando, você sabe que é
o único homem da minha vida,
Pura ilusão.
Bar do Chico, Barraca de zinco do
Dedê, Cabaret de Flávio, Roupa Velha de Manhoso e Baixota, Quiosque da Tilú,
tínhamos a Brasília Velha e a Nova, a Boate Cinderela.
Luz Negra refletiam a meia luz no
meio do salão como céus de estrelas.
Cachaça da boa, cervejas geladas,
bebidas quentes, uísque com guaraná, Falsos cuba-libre, pois a noite era longa
para as meninas acasalar mais e Mais.
Mulheres tinham nomes Madalena, Biô,
Escurinha, e até nomes exóticos Borboleta, Maria Pitú, Boca de Cabelo e
Carrola, que na Pia Batismal
Recebeu o nome de Crispina.
Tinha até o Diploma, que vagou pelas
ruas até o último acorde do Cisne Negro.
Tinham visitas corriqueiras as
Farmácias de João Adry, Antonio Mansur, Tonho Buguelo, para curar as sequelas
deixadas de uma noite de falso amor.
Tinham joias falsas, cortes de
tecidos, perfumes, pó de arroz e Rouge para
Embelezar e perfumar as noites de falso
amor.
Tinha também autoridades, Delegados,
Policiais e Comissários de Menores Eram as Forças armadas pra botar ordem no
lugar,
Tinha corpos estirados, faca, facão,
tiros e até gilete navalhas asfiadas.
Quem não se respeitasse era brindado
com algumas horas no Abaixadinho Da Chefatura local e quicas descanso eterno
nas Palmeiras da Saudade.
De lá saíram professores, contadores,
advogados e quicás médicos
Nem todos foram produtos do meio,
mas, viveram no meio da eterna Rua do Cacau.
Casca de poesias
Sou a casca que exala
Poesias sobre o seu corpo, no sul da
Bahia, ao lado das incidentes poeiras do
Plano Eterno, dos seus sonhos que
naufraga
Agora no Templo do Almada, que
copiosa me inspira nesta manhã.
Não sei a estação que
Rege-nos no leito ornamentado nas
águas
Escuras dos lagos que agora nos
lavam, em
Busca de claridades, oportunas
talvez, ao te
Despir, para te cobrir com as minhas
Cascas poéticas que agora te despe
para
Se tornar musa.
Talvez um sonho pra ter você
Tempo de tempestade que molha o resto
do meu sorriso depois
Que você se foi ou deixou-me ir,
Desde que não estamos mais juntos
tudo que eu faço é rezar,
Pois amar é inversamente
desproporcional quando você não está
Mais junto a mim.
Recolho-me a solidão distante,
somente uma palavra, não
Uma frase que completaria o sentido
do quanto ainda te amo
Enquanto espero passar a tempestade,
a tempestade e ter você
Em meus braços sussurrando eis me
aqui.
Ah, o nosso amor que demora de se
recompor, apesar de latente,
Apesar da distância não andamos no
sol como antes, nem nos
Banhamos no porvir das estrelas que
enfeitavam os seus cabelos
Em noites de festas, quando ouvíamos
que tristezas não nos
Pegaria nas madrugadas lúdicas,
esperando o sol nascer.
Tudo que eu tinha dentro de mim ficou
contigo,
Eu sei exatamente o que eu digo,
Hoje não é ontem
E todas as coisas têm um recomeço,
Ou isso é uma visão em minha mente?
Palavras, somente palavras, mas
também uma frase para dar sentido:
Eu te amo, ou isso é um sonho em
minha vida?