segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Entre actos, simplesmente personagens


1º Acto

Éramos como atores, entre actos,

diálogos facetados, ilusões que nos

levavam a êxtase e agonias extemporâneas,

que nos transformavam em ilusões e delírios

das plateias, delírios apenas nosso.

2ºActo

Andávamos pela coxia, entre móveis estilosos

e luzes que agora se transformaram em uma

ribalta morta, diálogos e dúvidas que assolam

qualquer personagem, que sonha como qualquer expectador

que silencioso, espera um desfecho, talvez feliz.

Desfilamos os actos de números um e dois

entre flores que agora murcharam,

deixando o palco frio, sem frisson aparentes.

3º Acto

Hoje encenamos o último ato, nos despedindo

Sem réquiem, sem adeus, para delírio

de uma plateia, com prós e contras,

que só pode ser selado com a morte do amor.

Fecharam as cortinas de boca...

Agora os aplausos antes calorosos são raros.

Acto final

Tênue é a luz, recito agradecido ao tempo que

Agora dobrou a esquina: Combati o bom combate,

completei a carreira, guardei a fé. (Timóteo, 4)

 


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