sábado, 8 de fevereiro de 2025

Somos tenros pirangienses

Somos tenros pirangienses


Dois anos nos separam, quando te emancipavam,

eu sonhado ainda não tinha sido gerado no ventre

de minha mãe, que nos tempos idos fazia

os próprios enxovais.

Emanciparam-te com fogos de artifícios e de papo amarelo,

Discursos, hinos de liberdade, que parou de ecoar

nos tempos, antes idos.

Sou filho nato do Hospital Pirangi, a termo de

Dona Waldelice Affonso, Decana da serventualide

judiciária itajuipense, antes de comarca, abençoai as almas

de João e Rosalvo Guimarães, conhecidos como os Deway.

Agora sou poeta do Rio do Almada e dos lagos, entre serras   

entrecortada de Vinháticos, Jequitibás, Massaranduba

e Jacarandás, que sangram ainda ao fio dos machados, fluindo perfume de sândalos.

Admiro as suas belezas naturais, paisagens e um patrimônio

artísticos físico e concreto, abandonados.

Procuro as Estações Férreas do Sequeiro do Espinho

e de Pirangi, vejo ruínas.

Deito-me na praça Humberto de Oliveira Badaró,

nas Pitangueiras, ignorada desde outros governos,

o atual não é a exceção, qualquer, fruto da inconstância

de ser profeta uma nova era.


Tergiverso em noites boêmias, as memórias do

Esporte Clube Bahia, Sobrado de Junot, Escolas das Professoras

Julieta Fonseca e Lucia Oliveira, durmo sob o que restou

da Escola de Comércio e a iconoclastia da Biblioteca do Convento Franciscano, do sobrado da Família Pedro Hagge e dos acordes

dá Primeiro de Janeiro, na rua Ruy Barbosa.

Saudades das harmonias de origem árabe/judaica, entre nós,

hoje extinta em discussões domésticas, por políticos que não valem um vintém, ou uma arroba dos manjares dos deuses Azteca,

que nunca colheram ou reviraram com os pés as amêndoas do cacau.

Como já dizia o Síndico Tim Maia, eu quero chocolate, ou de Chocolate da Bahia, Não deixo não, vou me acabar mas, o fruto da cana eu não deixo de tomar, disso não deixo não.


Agora as minhas memórias óticas estão assistindo a última sessão de Sodoma e Gomorra e da destruição da Atlântida, onde outrora era o Cine Teatro Hage.

Não tem jeito, retorno a Rua João "do Cacau" Evangelista,

procuro a roupa velha, de Manhoso e Baixota, não os encontrei,

dirijo-me em busca de uma boa cachaça Índia, no bar de Tilú,


procuro o sarapatel de Vitória, na feira Velha, que também não existem mais, o alambique de Ermiro, dono da serra da Água Sumida,

onde não bebemos no cálice de chifre, antes de alguém.

Bebo as memórias remotas, em doses homéricas, aos pés do Sagrado Coração de Jesus, que nos tempos áureos davam-nos santificação, que após o ofício, singrávamos nos meios das ruas desertas, entre bairros, hoje iluminadas de Led, observando os corpos marginais no chão.


Perambulo entre os trinta e três degraus da idade do Cristo, e depois os doze degraus dos apóstolos, pra voltar a Matriz.

Acredito que antes de ir por vontade própria, 

o Altíssimo virá nos buscar.


Afinal Bahia, Clodalmiro Amambay, em versos e prosas proclamou:

Bahia, Itajuipe é fruto do seu esplendor, viva Cloil Amambay de Oliveira,

o Doutorzinho.

 

Cláudio Luz (08/02/2020)


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