Posso
Fitar os seus Olhos Abstratos
Nada que vem do meu coração é negação,
Às vezes ele é cego, naturalmente, enxerga
Mais do que eu, incendiando expectativas
Quando escrevo para ti.
Às vezes me pergunto: Como consigo extrair
Essências em versos e otimismos em gotas, antes
leite
Em pedra sem saber se vou te agradar.
Capitulo, tergiverso , digo que não tenho respostas
Plausíveis para me atormentar, e sim para entrar
Nos seus olhos, que sempre fitam os horizontes
preenchidos,
Em busca de respostas que teimam em não vir.
Quando seus olhos me perguntam: o amor que vem de
mim é verdadeiro?
E se é verdadeiro, já que não podemos possuir
concretamente,
Por ser abstrato, que incendeia a alma e aquece o
coração, que se rende
Diante beijos, abraços e caricias carnais, que gera
frutos e às vezes
Sem pensar se esvai, sem deixar vestígios aparentes.
Tampouco
outro dia, como fumaça, sem adeus, talvez com lágrimas que
Procriam expectativas de armistícios incondicionais,
quando
Os corações estiverem sem fogo, rindo alegremente,
sem dúvidas
De que estamos zombando do amor, que juramos, jamais
Separar-nos, sem esconder lágrimas ou risos latentes
Que sempre cismamos dividir.
Vem, vamos beijar as meninas dos nossos olhos, vem
Incendiar concretamente o abstrato que não
Deixou-nos amar.
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