Entre
poesias e o Atacama
Para minha Amiga e poetisa
Leda Seara
Não sentirei os seus lábios, sugarei sua alma,
Afagarei o seu rosto, deslizando
Entre os meus pensamentos entre os seus pensamentos,
Buscando respostas em seu peito nu, onde me refugio, arfante.
Seguirei na escuridão, entre o nosso querer e a escuridão,
Entre nuvens e lençóis que nos envolve loucamente,
Deixando-nos translúcidos no amanhecer de mais um dia que já
nasceu.
Será por ti ou por mim, quando não posso te dar o que te
pertence,
Embora a noite seja clara, pensamentos existem entre dois
corpos
Que teimam em desmentir a física de que dois
Corpos não ocupam o mesmo espaço, onde juras e pausas, beijos
E caricias, promessas sem fim, que o dia nunca acabe,
E a noite nunca termine.
Somos uma poesia sem limites desnudando a alma, bebendo na
mesma taça,
Sugando o mesmo orgasmo, que em néctas nos desfaz.
Embora nossos corpos outra vez desnudem almas gêmeas, que nos
completa,
Quando somos deuses, amparados sobre raios agnósticos,
revelando a tez,
Somos Santos, unidos, nos amando a uma só voz...
Vem poetisa, sem limites, o dia sempre vem, esconda-se
Nos lençóis, agarra em mim para que eu não vá entre luzes
Que nos mostra a realidade, rouba a felicidade, esconde-me
dentro em ti
Para que eu não tenha que ir.
Imploro, fica comigo poetisa, por mais algum tempo, transponha
A Cordilheira dos Andes, sem saber se fica ou se vem...
Se quiseres vim, deixo-te livre, pois, sei que em alguma noite
Com ou sem lua estarei sedento, sabendo que você não
Encontrou água no deserto do Atacama, mas, bebeu da fonte de
Pablo Neruda e se deliciou com as musicas de Pablo Casals.
Cláudio Luz
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