terça-feira, 9 de janeiro de 2018


Entre poesias e o Atacama


Para minha Amiga e poetisa Leda Seara

Não sentirei os seus lábios, sugarei sua alma,

Afagarei o seu rosto, deslizando

Entre os meus pensamentos entre os seus pensamentos,

Buscando respostas em seu peito nu, onde me refugio, arfante.

Seguirei na escuridão, entre o nosso querer e a escuridão,

Entre nuvens e lençóis que nos envolve loucamente,

Deixando-nos translúcidos no amanhecer de mais um dia que já nasceu.

Será por ti ou por mim, quando não posso te dar o que te pertence,

Embora a noite seja clara, pensamentos existem entre dois corpos

Que teimam em desmentir a física de que dois

Corpos não ocupam o mesmo espaço, onde juras e pausas, beijos

E caricias, promessas sem fim, que o dia nunca acabe,

E a noite nunca termine.

Somos uma poesia sem limites desnudando a alma, bebendo na mesma taça,

Sugando o mesmo orgasmo, que em néctas nos desfaz.

Embora nossos corpos outra vez desnudem almas gêmeas, que nos completa,

Quando somos deuses, amparados sobre raios agnósticos, revelando a tez,

Somos Santos, unidos, nos amando a uma só voz...

Vem poetisa, sem limites, o dia sempre vem, esconda-se

Nos lençóis, agarra em mim para que eu não vá entre luzes

Que nos mostra a realidade, rouba a felicidade, esconde-me dentro em ti

Para que eu não tenha que ir.

Imploro, fica comigo poetisa, por mais algum tempo, transponha

A Cordilheira dos Andes, sem saber se fica ou se vem...

Se quiseres vim, deixo-te livre, pois, sei que em alguma noite

Com ou sem lua estarei sedento, sabendo que você não

Encontrou água no deserto do Atacama, mas, bebeu da fonte de

Pablo Neruda e se deliciou com as musicas de Pablo Casals.



Cláudio Luz

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