domingo, 26 de março de 2023

apoesiadeamanheceres

Amanheceres

Às vezes eu sonho

Que não há nada lá, afinal.

Você está mais bela do que ontem,

Esperando-me para o desjejum,

Sob os raios prateados que iluminam

Um novo amanhecer sem interrogações

Não peculiares.

Você aguarda o amanhã te chamar

Envolta em sonhos que sempre é uma coisa certa

Nas nossas diapasão insonoras que

Não invade os nossos íntimos dons.

Vamos cavalgar esta noite, quando retorna

Aos nossos braços e abraços, que não alcançam

O buraco da luz no fim do túnel,

Que nos liga e separa da escuridão impar,

Sobre o tapete vermelho que jaz entre granitos e

Mármores seculares trazidos de Carrara, na Toscana.

Vejo-a confortável,

Eu viveria nesse ritmo se pudesse,

Mas, queixas não resultam em nada de bom.

Recosto-me sobre os seus ombros, fecho os olhos e penso claramente,

Quando consigo ouvir batidas do seu coração,

Que acaba de atingir mansamente, depois impetuosamente,

Os meus pensamentos, sombrios, onde não bate o sol.

Se quiseres

Se quiseres ir até o fim do caminho, passe pela

Cordilheira dos Andes embriague-se, com pisco sour,

Se encante com o sol que no verão desaparece à meia-noite.

Sinta os seus sonhos nascerem no estreito de Magalhães,

Que une o Atlântico ao Pacifico, deguste “Centolla”,

Servidos por pequenos pinguins, trajados pela

Natureza, a rigor.

Sinta-se aos pés do continente azul, se possível traga-me

Um pedaço das geleiras impenetráveis, sob o céu azul, com

Raios de um sol tímido, com chuvas imperiosas que sempre

Libertará sonhos adormecidos, entre versos de Gabriela

Mistral e

A voz maviosa de Mercedes Sosa, cantando “Volver a los 17,

Deixando-me

“Volver a sentir profundo como un niño frente a Dios.

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