Beija-me como se fosse à última vez
O amanhã nunca se sabe, ou temos em nós bússolas do tempo para nos transportar, pra fugirmos entre estrelas infinitas, nestes dias de sangue, que explodem em nossas coronárias, quando não é em tempo de paz que dilatam apenas amor.
O amanhã nunca se sabe entreportas e
vielas, quando pensamos em fugir de um mal maior.
O amanhã nunca se sabe, se de joelhos
iremos para os templos que em tempo de paz nos negamos a nos ajoelhar, em
agradecimentos talvez.
O amanhã quem sabe voltarei ao
hospital onde nasci como fruto de Deus e morrer sem me redimir.
Suplico-te, agora me beija mais uma
vez, antes que eu morra como se fosse o amanhã que ninguém sabe!
Cuida bem de mim e eu de você.
Enfim atendemos
Quem quiser seguir-me pegue a sua dor e medite.
Eis a máxima do
Cálice que bebemos a cada dia e da
carne
Que não podemos sepultar.
Sepultamos párias, são imensuráveis
os
Corpos envoltos em sacos como heróis
Sem medalhas que morreram numa guerra
Não declarada.
Somos sangue do nosso próprio sangue,
Vizinhos talvez, somos artífices das
vacinas,
Antes éramos fruto da luz, agora
somos frutos das vacinas,
Antes vagina, que nos fazia viver com
Doses de leite materno que nos
imunizavam
Para vivermos.
Como beber desse vírus amargo que nos
Faz morrer.
Agora simplesmente somos
Vítimas das estatísticas, sem o toque
do
Silêncio...
Te Deum... Amém!
Como continuar bebendo essa bebida
amarga.
O tempo passa
O tempo passa, passamos tantos,
encontros,
Reencontros entre despedidas risos,
dores
E vontade de voltarmos.
O tempo passa como ad ondas dos mares
que
Banhavam os nossos corpos sedentos de
amor intrínsecos,
Beijos entre os nossos corpos nus.
Sou você em vida, você é em mim vida
plena,
Ficamos éter, pinças, algodões,
seringas e
Não sei mais o que.
Chorei o seu semblante, afaguei os
seus cabelos
E sentir de novo quando fizemos uma
vida.
Bênção de Deus que hoje me faz te
querer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário