quinta-feira, 21 de agosto de 2025

apoesiadeclaudioluzcaminhar

 

Entre o Genesis e o Êxodo


No principio o sol jorrava calor,

Aquecendo as nossas almas,

Não como no Êxodo, mas como

O Genesis que nos fez nascer,

Em busca do sentido da convivência

Ou quem sabe da separação.

 

Somos pó, poeiras cósmicas, que

Nos cobre nas imensidões dos

Dias prescritos pelo viver.

 

Somos quaresmas, entre espaços

Que teimamos em caminhar, sem

Bussolas, mirando as estrelas,

As vezes ascendentes ou decadentes.

 

Buscamos sonhos infinitos, buscamos

O lábaro, pendão das esperanças

Cotidianas, que nos traí quando pensamos

Que estamos unidos, quando não

Suportamos as primeiras ou diversas

Tempestades, que nos faz pensar:

 

Se voltamos ao Genesis, ou continuaremos

No Êxodo, para vermos as estrelas, o

Sol nascente, a Lua crescente ou

A Estrela de Belém.

 

Cláudio Luz

terça-feira, 19 de agosto de 2025

apoesiadeclaudioluzeclipsaram

Quando as nossas vidas eclipsaram


Meus olhos estão em gestação

De eclipse, devorando o meu sol,

Me escondendo da lua, agora

Transparente, em órbita.

 

Sou corpo celeste devido aos

Eventos que me cercam, antes

Nas claridades do universo do

Nosso bem querer.

 

Ledo engano, agora distantes,

Os nossos olhos não se encontram,

Somos lácios, agora sem gravidade,

Flutuamos em direções inversas.

 

Sonhos que se esvai entre palavras

Dissonantes, pensamentos tortos,

Dilemas em dissolver as lágrimas,

Do oriente as estrelas nos contemplam.

 

No vasto espaço cósmico aonde os

Nossos olhos não se encontram,

Em razão das escuridões que

Agora escondem o que antes foi

Pura vontade de Deus.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

apoesiadeclaudioluzsegundal

As dores do mundo



Agora as dores do mundo

me consome, sem prantos,

apenas dores invisíveis

que não me acalanta mais.

 

Precipícios se abrem, o zodíaco

Já não espelha mais o futuro,

Apenas ri do ontem.

 

Por que? 

Plantei flores e agora colho

Solidão que me absolvem em plena

Manhã, quando te vejo galgando a

Distância que sempre nos separou,

Eram apenas estradas, hoje as

Lágrimas escondem o que antes

Era alegria.

 

As arvores estão desfolhando,

São promessas que caem em

Pleno inverno, o céu está nublado,

Estrelas se escondem, num mutirão

O meu coração pena, por pena.

 

Apenas adeus, apenas adeus,

Apenas a Deus.

domingo, 17 de agosto de 2025

apoesiadeclaudioluzreflexões

Por quem os sinos retinem


O silêncio me ausenta, as

Palavras são parcas, ouço o retinir

Dos sinos da Igreja Matriz, que embriaga

Os meus ouvidos, é o dizer em silêncio

Profundo, sem nenhuma ressonância.

 

O vento se espalha, ouço Deus, Ele

Me toca, as orações emanam-se como

Que transcendesse a minha alma,

Sinto os espinhos.

 

Mergulho, não com um insensato coração,

Semeio pétalas que se dissolvem ao vento,

A terra é azul, busco espinhos, perfumes

Não estático, ouço os pássaros notívagos

Que semeiam, eternas colheitas.

 

Caio na real, a partir de agora, íntimo de

Deus, sou sândalo, esperando a semeadura

Das rosas, o espetáculo das estrelas

Ascendentes que permeiam o firmamento,

Que sustentam os meus pensamentos,

Entre a antes duvidas agora certezas.

 

Agora sei porque os sinos dobram?

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

apoesiadeclaudioluzloucuras

Simplesmente assim


Simplesmente assim!

Sou cumplice das loucuras que

Cometo, simples assim,

Faço prisioneiro o meu coração,

Não sei quando o meu pulso

Cisma em bater.

 

Sei que o meu coração é vermelho

E bate no lado esquerdo do meu peito,

Antes e agora amoroso.

 

Deleito-me em ter você, cubro-te

De bençãos, eternas promessas,

Sou assim, natureza não infame,

Leito de vida, lábaro de luz.

 

Vivo na lua, beijo as estrelas,

Sinto o seu perfume de forma abundante,

Colho flores nos jardins em Zhárada,

Caio em sono profundo, desarmo

A Min’alma, faço-me prisioneiro

Penitente, sem permissões.

 

Simplesmente assim, simples assim.

apoesiadeclaudioluzgrito

 Por isso eu grito


 
Grito... em silêncio,

Entre memórias perdidas,

Sorrisos disfarçados,

Sem voz.

 

Grito... entre as chuvas

Não copiosas, gotas de lágrimas

Suplicantes, sal da terra não

Arada.

 

Grito... entre penumbras,

Mourejos, saudades do meu

Amor que longe estar.

 

Grito... entre amanhãs, embriago-me

Com o dia de hoje, sou colo, luz

Do sol escaldante, brilho das estrelas,

Prateado da lua, entre raios e

Silibrinas, indecifrável, não opaco,

Grito.

apoesiadeclaudioluzdançante

Dançando sobre espelhos

 



Não me detenho, sou rítmico

Entre passadas, entre ladrilhos pretos

& brancos, dois pra lá, dois pra cá.

 

Faço do seu corpo um violão, dedilho

O seu pescoço, entrelaço os meus

Dedos sobre os seus.

 

Intercalamos sonhos, somos

Músicas suaves, pensamentos envoltos,

Sons e harmonias perenes, sussurros

Em alta voz, digo que te amo.

 

Somos pensamentos, somos nós dois,

Entre promessas fervilhamos, olhos

Nos olhos, lábios colados, rostos

Cor de maçã não gélidas, mas

Quentes como o sangue que percorrem

Nos nossos corpos em frenesi.

 

Somos reflexos nos espelhos que refletem

A nossa dança não infernal, mas que

Nos eleva a plena e insustentável leveza

Dos nossos corpos de almas únicas.