Nas curvas do Rio Almada
Um dia enterrarei o meu coração
Nas curvas do Rio Almada, que serpenteia
Entre Almadina (Pouso Alegre),
Entrecortando Coaraci (Guaracy),
Itajuípe (Pirangi), Uruçuca (Água Preta)
Até o São Jorge dos Ilhéus,
Observarei as matas não mais virgens,
Verei os peixes marejarem em plena piracema.
Serei Tupinambá, sem arcos e flechas,
Brotarei arvores e frutos, como se adubo
Eu fosse.
Serei lágrimas incontidas por não
Mas perceber o nascimento do sol,
O descerrar da lua, os brilhos das estrelas
E o sussurrar dos cantos dos pássaros
Libertos e dos engaiolados também.
Cerrarei fileiras com os anjos que partiram
Antes de mim, queimarei incensos cujos
Espirais chegarão aos céus, sem brados,
Apenas como oração.
Cláudio Luz
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