domingo, 6 de julho de 2025

Quanto eu te via no Malecon


Quando eu passeava no Malecon,

0 mar marejava no seu silêncio,

Enternecido eu era, mergulhando

Entre ondas, raios de silibrinas

Emanados dos faróis do

“Selead Beam”, reluzentes

Como os brilhos dos seus olhos cor luscos

Fuscos.

 

Coração rompante que me doía, sem

Dó, minhas pernas que não rimavam, pois

Tremulas estavam em derredor.

 

Dançava tangos a la porteño,

Entre as minhas correntes sanguíneas,

Latejos na fronte, lábios ressequidos,

Pra cantarolar frases dúbias,

Incertezas do seu amor, agora distante.

 

Ressuscito-me, busco de novo o Malecon,

Deito-me para fitar as estrelas, antevejo

O mar não revoltoso, mas sereno entre o

Marejar das ondas perfeccionistas

Que agora vem me surfar.

 

El paredon que agora ampara

O fumegante, que queima o meu corazon

Que clama por um “mojito”

Apimentado, na La bodeguita del

Almada.

sábado, 5 de julho de 2025

apoesiadeclaudioluzgritosemeco

Grito sem eco

 


Embriago-me com doses homéricas

de “old fashioned”, antes néctar dos

seus lábios, agora ressecados,

onde gotículas de salivas passadas

refrescavam os nossos sonhos,

antes não antiquados, agora

velhos.

 

Agora misturamos o clássico,

Folhas de centeio apanhadas nos

Campos, agora sombrios, não bizarros,

Fora de moda, como o amor a

Moda antiga.

Sem oferendas de flores, agora parcas, poucas

Abundantes em minhas mãos que

Agora não mendigam, antes

Pródigas em receber o seu amor.

 

Deus sabe das coisas, efêmeros somos,

Um dia somos anjos adormecidos,

Em meios as saudosas batalhas, das

Quais saímos vencedores, hoje apenas

Sem rumo, sem buscar um novo reencontro.

 

Vivemos entre névoas, enfrentando ecos

Sem gritos que rejubilem as nossas

armaduras antes cheias de brilhos,

agora amontoadas, machucadas sem

forças para gritar.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

apoesiadeclaudioluzA espera, uma solidão anunciada

 A espera, uma solidão anunciada


Quando a espera, antes vidas entralhadas,

Larvas cansadas, solidão em compasso

De espera, céu por testemunha,

Fim de linha.

 

Cordas embaralhadas, fim do poço

A céu aberto, fio de vida, navalha da

Morte, estirando os braços para

Não lhe abraçar.

 

Morte anunciada, com olhos pasmos

te contemplam, carrascos ditos

salvadores cruzam os braços

fazendo nó em cordas, agora

vocais entoando lamentações.

 

Frio na espinha, calor que não abrasa,

Morte finda, fitando as estrelas que

Agora solitária te espera.

Apenas vaticínios sem vida.

sábado, 21 de junho de 2025

apoesiadeclaudioluzentresolsticios

Solstício entre explosões não cósmicas

 


Sonhar pra que?

Se a noite que orienta o inverno

É a mais longa do ano e que um dia

Acabará, quando a primavera chegar.

 

Danço ao som do Solstício, a passos largos

Espero o Equinócio, enquanto tergiverso com

A estrela do meu sonhar.

 

Apenas fenômenos, afinal como

Disse o poeta: não existe pecado abaixo

Do Equador.

 

Não nos consola, quando abandonamos

O século XVII e atravessamos o XXI, observando

Os misseis que inexoravelmente caem na dita

Terra Santa, sem os auxílios das Cruzadas que

Há muito se ausentaram.

 

Agora que "Sibila de Jerusalém" guardou

A “Saif” (Espada), as "shamshir" (Garra de Leão), foram 

desembainhadas,

Cortando o firmamento etéreo, entre Israel

E o Irã, apenas choros e lamentações,

O que fazer?


sexta-feira, 20 de junho de 2025

Enquanto a cidade dorme


Enquanto a cidade dorme eu poeto, talvez

Indo para Pasárgada, para ser chamado

De meu rei esperando assistir

O esperado veredicto de José,

drummondiano, após um longo processo poético,

Depois musical.

 

A lua cala, pois, os processos são muitos

E os Jardins Kafkanianos, nos leva a uma metamorfose,

Abstrata que nos corrói, entre

Pandemias, sonhos desfeitos como

Água que escorrem entre os nossos dedos

Inertes.

 

Os versos fluem com mais intensidade,

Nas noites de ansiedades há solidões de

Corpos que jazem, em algum lugar.

 

Enquanto a cidade dorme deixamos de

Ser amantes, ocupamos lugares nas filas,

Protagonizando "Ensaios da cegueira",

De Saramago, que agora nos delimita

até no amar, sem as ondas do mar.

 

A cidade dorme e a lua nos

Deleita, quando ainda andamos

sobre encontros, talvez despedidas.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

 

Réquiem para Naynara Tavares


Quando as cortinas se fecham,

Não é o final do espetáculo e sim

As luzes da ribalta que se apagam,

Em deferência a atriz, que entrou

Em cena ao apagar das luzes.

 

O sonho não se desfez ao fechar

Dos seus olhos em ascensão ao

Alto escarlate, agora poesias como

Prelúdios emergem entre estrelas

Abrandando os nossos lacrimejantes

Olhos, sem maquiagem.

 

Quando os Sinos dobram por você, que agora

Dorme, entre centelhas de anjos,

Enquanto soam as trombetas celestiais, que

Te saúdam na sua chegada eterna,

Que agora será o seu palco luminar.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

apoesiadeclaudioluzquandoosoldeclinar

Quando o sol declinar


Quando o sol declinar, os nossos lábios

Entoarão cânticos, tão incrivelmente,

Com intensidades, indo de encontro das

Diásporas existenciais, harmonicamente

Seremos.

Quando o sol perder o brilho, a lua

Imponente se apresentará, entre o

Prantear, sem prantos, num luar cor

De prata, quase ouro.

Quando o sol se apresentar inconstante,

Entre neblinas, plantas molhadas pela

Glutação, puros orvalhos entre os nossos

Dedos, para fazermos oblações, entre

Preces e orações, quem sabe se chegará

Aos céus.

Quando o sol acordar, distribuindo raios

Em forma de osculum, em nossos lábios

Agora febris.

Aí vem o sol!

Here comes the sun.