O despertar de um poeta
O poeta sonha acordado,
Sonha com o amanhã ainda
Em gestação precoce, sonha
Com o amor latente, com
Os raios e tempestades do
Dia 4 de dezembro.
O poeta sonha com as proteções
De Santa Bárbara, turbilhões
De inspirações não calam, declamações,
Devoções que não o assombra e
Nem o deixa esmorecer.
Afinal todos nós somos poetas,
Quer pela pequenez dos pecados
Temporais, ou perdões que não chegam.
O poeta ouve ecos silenciosos, mergulha
Entre brumas passageiras, entra sem bater,
Ama como se fosse um deus de ébano,
Perfuma a amada, transpassa em favor
Das inspirações concebidas, dorme
nos braços estendidos da alcova,
entre fronhas,
travesseiros e lençóis, transparentes.
Os pesadelos são anunciados, o factual é vero,
Como disse o folclórico poeta insano:
"nem toda ausência é presença"
Então, o poeta regozija-se ao se despedir do sol,
beijar a lua que fecunda novas sementes
para o amanhã poetizar, com o esquecimento
dos acontecimentos, que não o impediu de sonhar.
Afinal, um poeta não tem honra em
Sua terra, a seara continuam, a colheita
Esta salva, os ceifeiros nem sempre
Colhe uma poesia, composta pelo
Poeta acordado.
Cláudio Luz
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