quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

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Lusco fusco


Viajo entre o transitório e o velejar

das tardes, nunca é absoluto,

o sol se põe, a lua sobe ao palco, somos

autores, nem sempre aplausos ecoam

ao fechar das cortinas, somos

atos, isso é fato.

 

O amor é cego, alma não se altera,

Somos escravos das palavras, criamos

Provas a nosso favor, nem tanto,

O remoto nos guia, dedos trêmulos

Vadiam, somos notívagos.

Bebemos do cálice, enquanto não

Calamos, somos produtos do meio-dia,

Termo que sim.

 

As orquídeas negras nos aspiram,

Pólens tergiversam como num baile

Matinal, vereditos nos absorvem,

Estamos livres, os sonhos flertam,

Somos melodias que harmonizam o

Amanha, não mais lusco fusco.

 

 

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