Lusco fusco
Viajo entre o transitório e o velejar
das tardes, nunca é absoluto,
o sol se põe, a lua sobe ao palco, somos
autores, nem sempre aplausos ecoam
ao fechar das cortinas, somos
atos, isso é fato.
O amor é cego, alma não se altera,
Somos escravos das palavras, criamos
Provas a nosso favor, nem tanto,
O remoto nos guia, dedos trêmulos
Vadiam, somos notívagos.
Bebemos do cálice, enquanto não
Calamos, somos produtos do meio-dia,
Termo que sim.
As orquídeas negras nos aspiram,
Pólens tergiversam como num baile
Matinal, vereditos nos absorvem,
Estamos livres, os sonhos flertam,
Somos melodias que harmonizam o
Amanha, não mais lusco fusco.

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