sexta-feira, 3 de abril de 2020

Anouk - apoesiadeclaudioluz


Anouk



Agora você chama-se Anouk, amada como uma ursa prestes
A parir em meus braços que nunca foram estéreis,
Estrelares quando escuto uma música que me diz que
As nossas chamas não vão se apagar antes do primeiro beijo
em derredor do último que será o primeiro, sempre.
Vejo-a como vestuta, com lábios, abraços, como se fosse
Purificar-me dos males ou bondades que te fiz nas distâncias
Que vêm do Chuí ou do Oiapoque, Cordilheiras, asfaltos,
Agora entre vírus que nos embaça em plena neblina,
Que agora vejo a envolver-me entre o olhar dos apitos que
Anuncia o seu vir ou não vir, burlando barreiras que desde o início não te deixou partir.
Agora te chamo Amor, Aimée.
Anouk, amada, ursa prenha dos meus sonhares.

Cláudio Luz

Azul quando pouso em sua praia     

Estamos no outono austral, o céu é azul entre a estrela
De Órion e as crianças que brincam, o céu é inocentemente quando
Pouso em sua praia.
É abril, radiante quando o amor transpira pelo calor que vem de ti,
Juntinho com o seu olhar alegre desde o verão que deixou
Bronzeados os nossos corpos recíprocos não marginais.
O universo nos leva sem conspirações contra a paz, entre ondas
O céu é azul, quando pousamos na praia que nos encanta, antes do pôr-do-sol
Que nos abrasava, executando sinfonias do cúmplice amor, que vem em
Conchas, que não alteram os sussurros que brotam dos seus lábios, agora
Pueril.
Vamos viver longe, sem felicidade, amor é impossível.
A mola é no outono austral, vamos amada pousar nas estrelas
De Órion, para observarmos as pegadas na areia que deixamos as ondas
Apagar, afinal a terra é azul como nos confidenciou Yuri Gagarin,
Nos altos céus.
Agora os nossos corpos repousam no calor da noite em plena praia
Outonal.

Cláudio Luz

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