Saber amar
Busco os seus olhos entre caminhos que circundam o
horizonte, que está dentro de ti, plenitude que agora aflora nos meus versos,
agora seus.
Quero que você voe das desilusões, olhando o sol se
porem, como se fosse num dia qualquer, que me faz ver o brilhar das íris dos
seus olhos, de que cor não sei.
Desenho-te, entre felicidades, amor sem desilusão
que nos ameace ou nos separe do aqui, entre luas que arrebata o dia, entre
acenos e despedidas que não virão.
No calor da noite abraço-te entre as madrugadas que
esperarei por ti.
Somos música agora, só músicas amor que me faz
enternecer, fazendo você poesia, entre distâncias que nos unem e nunca há de
nós separar.
Cláudio Luz
A morte não me encanta
A morte não me encanta desde sul ao
sudoeste como já dizia Graciliano Ramos, "O homem não morre encanta-se.
Não tem sim e nem norte quando vem a
morte, como dizia Carlos Drummond de Andrade: "E agora José, agora sem
discursos a beira da sepultura cavada pra ti.
Deixastes riquezas, talvez uma linha
de débitos que post-mortem inexistem, pois seguro não os tem.
As lágrimas caídas não sensibilizam o
encantamento dos seus dias que deixastes para trás.
Por isso a morte não me encanta, mas
quando eu morrer o encantamento virá também pra você que ler este epitáfio.
Amém.
Cláudio Luz
Você que roubo
Você precisa caminhar sobre o meu
corpo, cheirar as aragens que vem do Rio Almada, entre os meus cabelos brancos,
ondulados, entre as poesias que escrevo pra ti.
Você que vem com o ventre livre, sem
culpa ou pesadelos que se restringe a mim, somos vidas única, berço, abraços,
beijos e segredos que não nos deixa antes das orações matinais, talvez.
Somos veias únicas, entre o nascer e
o pó que um dia nos sucumbirá, somos deuses, Infinitos desejos que agora nos
faz amar.
Você, Bendito é o amor que roubo de
ti.
Cláudio Luz
Todas amadas como são
Sei que você se ama como Leila Diniz,
pergunta a parte, ventre livre em tempos de abdicar o livre arbítrio, coisa que
você não fez.
Biquíni na praia, mulher barriguda,
filho com pai, ouço Ovelha Negra, na voz de Rita Lee e que agora canta as
frenéticas, Roma cínica, tentativa com artes que não te vai bem, vingativa
talvez.
Virgem Santa, hipócrita, cínica
talvez, malvada agora sim.
Vingativa a reclamar como todas as
mulheres, vingativas.
Cláudio Luz
Indecente, sou
Indecente é quando te cravo os
dentes, sussurrando que te amo em brasas e chuvas válidas, testemunhadas pelas
fronhas e lençóis, cor de sua pele que deriva entre pelos em altas, meus e
seus.
Entre combinações, sexos e amizades
que evoluem agora no chão frio, entre palavras, quando chega o amor, que vem de
sua língua e ouvidos que extasiados estão.
Agora amores indecentes, entre telhas
desenhadas nos extremos amores que me faz em ti e eu em você.
Indecentes são quando chega o amor,
felino que grita nas caladas das noites, alada és.
Cláudio Luz
É um longo caminho
Tenho que percorrer este caminho que
cambaleio entre lamas e buracos, negligências e abandono, que molha os meus pés
que não desprezo, entre caminhadas oblíquas, esperando que o respeito chegue
para os que caminham.
Poeiras confundem a minha mente,
entre sombras te consumo em cada passo que dou, via Crucis diárias para enfim
te abraçar.
Vila de Abrantes, talvez de Miguel
Cervantes, avante Sancho Pança, com o estandarte que representa o meu grito que
desaparece entre buracos que permeiam uma estrada que me leva pelo menos a
algum lugar.
Sou caminho, um logo caminho.
Cláudio Luz
Prego, "per favore"
Por favor, amor escute o grande amor
que tenho por ti, gosto tanto que te escrevo essas mal traçadas linhas,
tentando ser romântico, ouvindo músicas, como se estivesse ao meu lado, na
sombra de uma árvore frondosa chamada amor eterno.
Eu te perpetuo como se fosse copa
minha, cheia de flores ou frutos que vai nos encantar com providências divinas,
num dia qualquer, sem solidões, brava que ainda tu serás.
Mai (nunca) deixará de te esperar,
não importando os rios, estradas, ares que você percorrerá pra vim me abraçar.
Singro entre tempestades, raios e o
calor do seu corpo que me aquecerá um dia, uníssona, agora minha missiva chega
em ti, como apelos venha sim.
Cláudio Luz
Vejo o seu corpo
Vejo o seu corpo desnudo, acima
I.N.R.I, Deus que me acolhe nas noites, resgatando-me entre precipícios e
desejos mundanos.
Inquirido você proclamou: "Tu
dizes.".
Beijo a sua cruz, tento ser santo
entre nuvens, sol e luas, dias e madrugadas quando não agüento a cruz que tu carregaste
com a ajuda de Cirineu, de Cirene.
Percorro a minha via Crucis, entre
orações e penitências matinais, perguntando quando o Senhor virá. Venha Senhor
Jesus para nos resgatar, Início e Fim.
Alfa e Ômega, princípio e fim da
nossa fé que agora aflora em face das pandemias, que nos leva a um estado de prenhes
de mortes.
Assim como Pôncios Pilatos, estamos
só lavando as mãos.
Cláudio Luz
Eu tenho um sonho
Todos os dias que acabam eu tenho um
sonho,
ainda hoje ao cair da tarde, eu vou
declamar, percorrendo os corações dos que tem um sonho como eu, poeta,
sonhador.
Eu quero ler os versos dos poetas
alheios,
que não é impossível eu amar.
Vou gritar nos finais das tardes
Itajuipenses,
Sentindo as brisas dos lagos e do Rio
Almada e das serras que as circundam, Voltando-me para o alto da Torre da
Matriz do Sagrado Coração,
Exaltando o Deus que se fez homem, e
eu poeta,
Num dia de oração.
Recebi a unção poética, seguindo o
meu lápis,
Que às vezes me exalta e faz-me
cúmplice dos versos que ainda estão nos Espaço não estéril, procurando talvez
um papel de pão,
Rótulo de vinho ou de cervejas, para
que eu escreva garatujas,
Expressando amores de vindas e idas,
amores que se se crucificam por querer amar.
Eu tenho um sonho...
Cláudio Luz
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