Ebulições teatrais
O ar está rarefeito,
Vaporizações nos consome,
Somos cosmo, voamos entre sonhos,
Somos Ícaro sem asas, flutuamos
Em ondas, o mar da tranquilidade
Não nos deixam alunissagem,
A lua continua prateada,
Patinamos entre metáforas,
Inatingível são os sonhos
Não sonhados.
É o preço dos confinamentos nas
Estrelas decadentes, O eu-poético se
sente preso,
As dores são reciprocas, somos
Objetos não identificados, às vezes
Santos, as vezes profanos, isso faz
Parte do espaço amoroso, somos
Discípulos errantes, tentamos a
Verdade, ela nos consome.
As dores do parto são latentes,
O choro esperado ecoa nas salas
Da vida, plantamos flores, colhemos
Espinhos junto a pimentas doces.
O joio persiste, as colheitas não
Estão perdidas, cavamos com as mãos,
Adubamos com lágrimas, enfim
colheremos
Risos.
A ribalta está vazia, os aplausos
Nos completam, somos os espetáculos
Da vida, as cortinas se fecham, só
Os mambembes deliram entre
Aplausos, o último ato completa-se,
As luzes tornam-se opacas, o
Show da vida agora começou.
Cláudio Luz


