quarta-feira, 4 de abril de 2018


Amor sem Theogonia


Agora os meus lábios não estão marcados pelos

Beijos que você não me deu, a minha camisa

Não está marcada pelo batom que você usa e não me marcou,

Entre os espaços que nos separa e os diálogos que

Tivemos não na calada das noites, mas nas distâncias que separam

A terra dos céus, testemunhos dos devaneios, nos momentos

Que sonhamos se tornar real, em proeminências concretas,

Hoje abstratas, sem prazeres de corpo e de alma, puros que somos.

Na escuridão das noites que não são Cosmonogia, não palpável,

Sem nascimento, sem batimentos, hoje retidos em nossos corações,

Às vezes infantis, trocando de brinquedos ou de roupas como

Se algo fosse mudar os nossos destinos, traçados sucessivamente

Por quem? Quem nos Unirá num universo coberto de estrelas, restrito,

 Bastando freneticamente como Deuses, dizer sim ou não.

Agora que somos caminhantes talvez por estradas opostas talvez nos

Encontraremos na curva do tempo, ou quiçás em nossos braços

E abraços que o destino nos dirá, tempo oportuno, sem dores

De parto, sem Theogonia ou Cosmonogia, afinal somos simplesmente

Mortais, na escuridão do dia ou na claridade da noite, que não será eterna

Para sempre.


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