Amor sem
Theogonia
Agora os meus lábios não estão marcados pelos
Beijos que você não me deu, a minha camisa
Não está marcada pelo batom que você usa e não me marcou,
Entre os espaços que nos separa e os diálogos que
Tivemos não na calada das noites, mas nas distâncias que
separam
A terra dos céus, testemunhos dos devaneios, nos momentos
Que sonhamos se tornar real, em proeminências concretas,
Hoje abstratas, sem prazeres de corpo e de alma, puros que
somos.
Na escuridão das noites que não são Cosmonogia, não palpável,
Sem nascimento, sem batimentos, hoje retidos em nossos
corações,
Às vezes infantis, trocando de brinquedos ou de roupas como
Se algo fosse mudar os nossos destinos, traçados
sucessivamente
Por quem? Quem nos Unirá num universo coberto de estrelas,
restrito,
Bastando freneticamente
como Deuses, dizer sim ou não.
Agora que somos caminhantes talvez por estradas opostas talvez
nos
Encontraremos na curva do tempo, ou quiçás em nossos braços
E abraços que o destino nos dirá, tempo oportuno, sem dores
De parto, sem Theogonia ou Cosmonogia, afinal somos
simplesmente
Mortais, na escuridão do dia ou na claridade da noite, que não
será eterna
Para sempre.
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