domingo, 1 de abril de 2018


Poema post-mortem em vida


Ouço o som das trombetas e dos guardiões,

Em indagações eu exclamo! De que morrerei?

Busco respostas, se passei

Pelo parto, pela pia batismal, pela crisma, pelas mortes

E pelas escolas com professoras que valiam a pena ter como mestra, das

Vacinas do Sesp,  pelas peladas de bola, pelos testes dos Bares de Tilú,

Barracas de zinco de Zé Alemão e Dedê, bebendo em Elífio,

Fidelis, Zé Soldado e no Bar de Chico Bucetão, dançando na Brasília, Velha e

Nova, na Boate Cinderela, comendo roupa velha em Baixota e Manhoso,

Nos bailes no Esporte Clube Bahia e adjacências.

 Não escapei das injeções de Benzentacil, após visitas as meninas,

Nas farmácias de Tonho Buguelo, João Adry, Valter Vinhas e

Antonio Mansur, purgantes de óleo de rícino, das três doses diárias de

Corretivos na infância pelas peraltices, aplicadas por seu Lafaiete e

Dona  Glorinha, extensivas aos irmãos pra que um não risse do outro.

Dos engasgamentos por chiclete ou balas soft, de ser alertado quando bebia

Qsuco, que pela Mitologia leiga, manchava os pulmões.

Deixarei filhos, netos e quem sabe bisneto que afagarei e os amarei do

Fundo do meu coração, amigos, sim amigos, também os que se dizem meus

Inimigos embora eu não os considere assim!

Não sei se em tempo eu me arrependerei do que não fiz, pois

O que fiz ta feito embora às vezes mal acabados;

Ah! Primaveras, quando os incautos para afagar o meu ego, sem distribuir

Efós me desejam-me mais um ano de vida, vida longa talvez de visitas não, 

Sei quando aos médicos, para auferir pressão e medir os males ou os

Bens, que trazemos no corpo desde a criação.

Antes uma homenagem ao SAF, a contento tenho uma exposição corpórea

Garantida, tenho vaga no Mausoléu da família, que está sem pressa de me

Hospedar... Os tempos Colocam a disposição de quem está mais apressado

Do que eu, pois ainda não estou bom pra ir, inclusive para os que se dizem

Ser meus inimigos declarados ou não?

Volto às causas do encantamento, segundo Graciliano Ramos, “o

Homem não morre, encanta-se!”

Ficarei à deriva, procurando  o próximo botequim, bebericando com os

Amigos de alegrias e infortúnios, tentando decifrar: De que bem eu

 Morrerei: diabetes, coisa açucarada mais emparelhada com o diab(o)etes,

Alzheimer, para esquecer o que?

Mal de Parkinson, para não usufruir o ultimo gole ou a ultima garfada

Daquela comida que sempre me sustentou?

Do estetoscópio, tirando “ou auferindo a minha pressão” que de vez em vez que

Abala-se pela presença de afetos incontidos de uma musa pra quem eu

Faço poesia e a quero amar?

Infarto, kkkk estou descartado, cirrose talvez, ou uma hepatite por

Ter comido o fígado do porco, que só serve ensopado ou cortadinho

No sarapatel, saudades do de Vitória, na antiga praça da feira.

De falta de fé? Só o criador pode definir, escapei do Santo Oficio,

Fui liberado em função das lutas dos Templários, saudades de Sibila,

De Jerusalém, que não me deixou beber o Santo Graal, e nem

Rezar aos pés de Santa Maria Madalena, na Capela de Rosslyn.  

Qual o sentido da vida? D. Valfredo Teppe?

Retorno a antessalas da vida... Ninguém sabe a hora, ninguém, sabe o dia

Sei que tenho pena de morrer, mas levarei saudades de A a Z  prestando

conta ao Alfa e o Ômega, Sempre,o principio ao fim.



Cláudio Luz


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