Poema
post-mortem em vida
Ouço o som das trombetas e dos guardiões,
Em indagações eu exclamo! De que morrerei?
Busco respostas, se passei
Pelo parto, pela pia batismal, pela crisma, pelas mortes
E pelas escolas com professoras que valiam a pena ter como
mestra, das
Vacinas do Sesp, pelas
peladas de bola, pelos testes dos Bares de Tilú,
Barracas de zinco de Zé Alemão e Dedê, bebendo em Elífio,
Fidelis, Zé Soldado e no Bar de Chico Bucetão, dançando na Brasília,
Velha e
Nova, na Boate Cinderela, comendo roupa velha em Baixota e
Manhoso,
Nos bailes no Esporte Clube Bahia e adjacências.
Não escapei das
injeções de Benzentacil, após visitas as meninas,
Nas farmácias de Tonho Buguelo, João Adry, Valter Vinhas e
Antonio Mansur, purgantes de óleo de rícino, das três doses
diárias de
Corretivos na infância pelas peraltices, aplicadas por seu
Lafaiete e
Dona Glorinha,
extensivas aos irmãos pra que um não risse do outro.
Dos engasgamentos por chiclete ou balas soft, de ser alertado
quando bebia
Qsuco, que pela Mitologia leiga, manchava os pulmões.
Deixarei filhos, netos e quem sabe bisneto que afagarei e os
amarei do
Fundo do meu coração, amigos, sim amigos, também os que se
dizem meus
Inimigos embora eu não os considere assim!
Não sei se em tempo eu me arrependerei do que não fiz, pois
O que fiz ta feito embora às vezes mal acabados;
Ah! Primaveras, quando os incautos para afagar o meu ego, sem
distribuir
Efós me desejam-me mais um ano de vida, vida longa talvez de
visitas não,
Sei quando aos médicos, para auferir pressão e medir os males
ou os
Bens, que trazemos no corpo desde a criação.
Antes uma homenagem ao SAF, a contento tenho uma exposição
corpórea
Garantida, tenho vaga no Mausoléu da família, que está sem pressa
de me
Hospedar... Os tempos Colocam a disposição de quem está mais
apressado
Do que eu, pois ainda não estou bom pra ir, inclusive para os
que se dizem
Ser meus inimigos declarados ou não?
Volto às causas do encantamento, segundo Graciliano Ramos, “o
Homem não morre, encanta-se!”
Ficarei à deriva, procurando o próximo botequim, bebericando com os
Amigos de alegrias e infortúnios, tentando decifrar: De que bem
eu
Morrerei: diabetes,
coisa açucarada mais emparelhada com o diab(o)etes,
Alzheimer, para esquecer o que?
Mal de Parkinson, para não usufruir o ultimo gole ou a ultima
garfada
Daquela comida que sempre me sustentou?
Do estetoscópio, tirando “ou auferindo a minha pressão” que de
vez em vez que
Abala-se pela presença de afetos incontidos de uma musa pra quem eu
Faço poesia e a quero amar?
Infarto, kkkk estou descartado, cirrose talvez, ou uma
hepatite por
Ter comido o fígado do porco, que só serve ensopado ou
cortadinho
No sarapatel, saudades do de Vitória, na antiga praça da
feira.
De falta de fé? Só o criador pode definir, escapei do Santo
Oficio,
Fui liberado em função das lutas dos Templários, saudades de Sibila,
De Jerusalém, que não me deixou beber o Santo Graal, e nem
Rezar aos pés de Santa Maria Madalena, na Capela de Rosslyn.
Qual o sentido da vida?
D. Valfredo Teppe?
Retorno a antessalas da vida... Ninguém sabe a hora, ninguém,
sabe o dia
Sei que tenho pena de morrer, mas levarei saudades de A a
Z prestando
conta ao Alfa e o Ômega, Sempre,o principio ao fim.
Cláudio Luz
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