Pedras aos ventos
Se calarem a voz das
pedras
Como os poetas
escreverão? Por isso poetizo,
Na calada da noite,
infinitamente, sonhando com os seus olhos de tigresa,
Indomada, sentindo a
sua essência no final tarde chuvoso
Aqui e ali, sem o
ocaso dos descrentes do amor.
Você não está aqui,
penso o que é melhor em você, não vulgar, mesmo
Olhando pro seu corpo
que é só seu, ouso pedir permissão, pois
Não é o nosso caso
protelar pelo menos nesta noite, busco entre sussurros
Como se estivéssemos entreouvidos, ditando a ultima estrofe
Que escrevi na sua alma,
bebendo chuvas sem pecados aparentes,
Embriagando-nos do amor que é por determinação de nós dois.
Agora que as cores
são imorais, o sol não é mais o da meia-noite,
Os seus cabelos estão
soltos ao vento, o outono chove copiosamente,
Como lágrimas que
você precisa para a sua libertação!
Ouço a voz do rebento
que você acalenta em seus braços agora
Adormecidos pelas
esperas insones, pelos acalantos perdidos,
Pelas pedras que os
profetas não recolheram para trazer uma nova luz.
Por isso poetizo perante
as esferas que contemplam
Impavidamente o
firmamento afogado entre bombas químicas e lágrimas dos
Que não querem morrer
e nem matar o nosso viver...
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