sábado, 21 de abril de 2018


Dançando no escuro das incertezas



À noite lhe indigna, a música suave já

Não toma conta da sua sensibilidade, antes

Afável e sonhadora, entre sonhos e palavras que

Agora são jogadas ao vento das incertezas que virão

Na próxima canção que talvez nos una num dois prá lá, dois

Pra cá.

O gelo já derreteu os seus lábios, agora não estão úmidos,

As luzes já não são mais de neons e os céus já não

Estampa as estrelas que cobriam os nossos sonhos.

Agora vagamos na escuridão, mesmo com os acordes que teimam em

Difundir-se, entre paredes mortas que agora nos separam

Apesar de olharmos um para o outro com os corpos desnudos e

Sem vida.

Em balbucios, você mancha a maquiagem que escorre por sua face, você

Tergiversa como se estivesse em viagens passadas, tentando alcançar

O inatingível que se perdeu no horizonte que não voltará

Nem agora e nem aqui porque a nossa pertença é um privilégio

Concedido por deuses de ébano ou de incertezas depositadas

No fundo das taças de bacará, onde talvez tomaremos o ultimo drinque e

Gritaremos hasta La vista, baby!

Agora as luzes nos iluminam para dançarmos, talvez pela última

Vez o dois pra lá, dois pra cá, sentindo um frisson que percorrerá

As nossas nucas e espinhas nesta dança escura, que não sei quando

Vai terminar.

Acendam-se as luzes...




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