Santo Sábado
Se você passar ao largo do Santo
Sábado
Sinta que a primavera será repleta de
amor
Nas mesas dos bares, entre brindes
invioláveis que fervilharão entre
Votos de um perfeito final-de-semana.
Você observará gentes em círculos
alegres, vendo os passantes
Que trilham sem rumo em busca de luz.
“Afinal o sábado foi feito por causa
do homem, e não o homem por causa do
Sábado. “(Mc. 2,27)
E eu esperava que na noite do Santo
Sábado você
Ainda estivesse aqui comigo,
Cheirando Rosas vermelhas perfumadas,
Com os olhos brilhantes, Querendo
falar que você iria embora sem me magoar.
E você foi embora logo ao dia do
Santo Sábado!
Que você fosse embora outro dia da
semana, menos
É claro no sábado.
E eu que pensei que na noite de você
ainda estaria aqui comigo
Observando as nuvens que envolveriam
os nossos
Corpos loucos de desejos inconfessáveis
e misteriosos.
Poxa, você foi embora logo ao Santo
Sábado.
O que será do Domingo Santo sem você?
Equações
Estou entre linhas imaginárias, talvez a do Equador,
Ou andando pelas serras que circundam
a minha Itajuípe
E os desertos do Atacama, por aonde
nunca andei.
Sempre sonhos, caminhos imaginários
que nunca percorri.
Buscando você, entre estrelas e
flores que não colhi pra te ofertar.
Desde o início da primavera derramam-se
chuvas
Que não aquece o meu corpo sem o seu
e nem dissipa
As saudades que sinto de ti.
Medito equações, estações,
incógnitas, sem os
Múltiplos divisores comuns que o
poeta exclamou:
"Tu és o MDC da minha",
vida partida, não como num quadro negro,
Mas em contemplações, cheio de luzes.
Quero, não em equações, afagar os
seus cabelos,
Entre o nascer e o pôr do sol, a
sombra de um farol
Que delimita o meu sonhar.
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