segunda-feira, 17 de novembro de 2025

apoesiadeclaudioluzdecura

Cura-me, sou poeta


 

Cura-me, as minhas loucuras

Tergiversa, dorme no fundo

D’alma, as palavras torneadas

Me dão resistências, sou imune.

 

As minhas consciências de fabulas

Não me atormentam mais, vago,

Sou ponto cego.

 

Transpiro balsamos latentes,

A minha tez é rubra, o lápis

É azul, corroí-me, sem me corromper,

Sou poeta.

 

Dedico versos as minhas insanidades,

Não os leio, a brisa me acalma,

Aguço os meus sentidos, flutuo

Em busca de claridades, não obscenas.

 

As minhas mãos fundem-se, o fundo

Dos meus olhos, traspassa-me entre

Vernáculos e hieroglifos pensantes,

Eis-me aqui.

 

O balsamo me entorpece, sou o

Juízo final, anjos me rodeiam, trazem-me

A cura que necessito, sou incessante,

Rendo-me as minhas paixões de poeta.

 

Sou cura inexistente, sou o amor,

Remédio maior, que me faz levitar.

Estou curado!

 

Cláudio Luz

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