Cura-me, sou poeta
Cura-me, as minhas loucuras
Tergiversa, dorme no fundo
D’alma, as palavras torneadas
Me dão resistências, sou imune.
As minhas consciências de fabulas
Não me atormentam mais, vago,
Sou ponto cego.
Transpiro balsamos latentes,
A minha tez é rubra, o lápis
É azul, corroí-me, sem me corromper,
Sou poeta.
Dedico versos as minhas insanidades,
Não os leio, a brisa me acalma,
Aguço os meus sentidos, flutuo
Em busca de claridades, não obscenas.
As minhas mãos fundem-se, o fundo
Dos meus olhos, traspassa-me entre
Vernáculos e hieroglifos pensantes,
Eis-me aqui.
O balsamo me entorpece, sou o
Juízo final, anjos me rodeiam, trazem-me
A cura que necessito, sou incessante,
Rendo-me as minhas paixões de poeta.
Sou cura inexistente, sou o amor,
Remédio maior, que me faz levitar.
Estou curado!
Cláudio Luz

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