Post-mortem de um poeta anônimo
Apenas uma lápide,
Apenas um registro!
“Aqui jaz um poeta que morreu
Embriagado pelos seus versos.”
Um corpo vestido de poemas
Nunca explorados, reflexões
Metafóricas o cobrirão, que amainará
O frio, que o acompanhará desde já,
A solidão antes companheira dorme
Ao seu lado, as flores expostas,
Agora o adorna nesta escrita
Final.
Figuradamente ou literalmente
O féretro desfila pelas ruas,
Antes boêmias, motivos de
Versos incontidos de amores
Encontrados ou perdidos.
A lua o cobrirá com os seus
Prateados raios, só o sol levantará
No segundo dia da morte do
Poeta, que agora descansa.
Descansa no repouso dos justos, ou nos
Percalços que permearam o
Seu caminhar de sonhos,
Agora espremidos num obituário
De um jornal qualquer.

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