Acácias Adeus
Nesta tarde o vento vem dos lagos,
É o outubro se esvaindo, entre os
nossos dedos
Pérfidos, que d’antes nos confortavam
com meias verdades
E felicidades passageiras, como
sonhos e flores
Que já não morriam no entardecer
figurativos dos nossos
Ufanismos veranista.
Acácias, adeus amor
De Shangri-lah, onde nos amamos,
pensando
Na eternidade perene que o Onipotente
nos legou
Por alguns dias.
Esta tarde talvez seja nossa última
tarde,
Quando talvez partam deixando nos
ficar a sós, nas nossas memórias,
Como uma saudade inerentes de todas
as partidas,
Sem despedidas ou olhares que só nos
comoverá pós
Parto do amor que não deixamos
nascer.
Quando as acácias brancas murcharem,
após nos amarmos alguns dias
Deixando você transformar-se em “Una
femme amoureuse”
Ardendo de desejos, não unilateral,
com o seu direito de amar,
Sempre amar, sem nada determinar nas
escuridões dos meus dias,
Se não de amor for de idade e bem querer,
ou guarda-me para o repatriamento dos lagos,
Que me afogam na solidão dos meus
dias, que já não são os de Shangri-lah.
Flores das Acácias, adeus, só vocês
podem me conter.
Na Alexanderplatz
Sonho por você,
Como se estivesse deitado num banco
Perdido na Alexanderplatz observo as
cidades
Do mundo, com as suas respectivas
horas, amores
E desamores, tempo marcado, talvez,
observando
As nuvens descompassadas pelo tempo
ágil
Que já não reflete as mesmas imagens
antes desenhadas,
Nas portas do Céu.
Medito já inerte, sob o cais,
debruçando-me sobre o Rio Almada,
Que agora impávido, rompe o tudo que
o impedia de
Singrar para os mares agora
navegáveis, como a relva
Que distribui radiante o verde que
nos inspira a amar.
Percorro a cidade nua, observo os
transeuntes que vagueiam,
Entre achados e perdidos, flutuando
entre as artérias que
Sangram, anunciando uma nova história
que está por vir.
Acordo sobre os jardins suspensos da
Praça Adonias Filho,
Porventura, nos bancos da Régis
Pacheco, ouvindo os burburinhos
Que vem das Praças Manoel Agostinho
de Santana e Humberto de Oliveira Badaró, das Pitangueiras.
Ponho-me em oração no Templo Sagrado
da Colina, rezando preces
Não repetidas, com o sol que emerge do
horizonte, anunciando
Um novo dia de Paz.
Deixo a Alexanderplatz, sem beber da
água da Fonte da Amizade
Internacional, para banhar-me nas
águas escuras dos lagos
Itajuipenses.
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