Sonhos infantis
Sinto-me criança, sigo os
Pássaros do amanhecer, corro
Morro acima, desço morro abaixo,
Sou livre entre os ventos, ensopo
Os cabelos.
Quem nunca teve uma infância
Dolorida, risos incontidos, prantos,
Sonhos por um porvir.
Deleito-me descalço, topadas me
Alimentam, sangue atemporais,
Curativos de Band-Aid, sem fim,
Mertiolates que queimava, chocolates
E bombons para iludir a dor.
Campo de peladas, bolas de panos,
Chuteiras furadas, gritamos gols,
Castigos professorais, abc’s e
Tabuadas nos atordoavam, cálculos
Errados, respostas imprecisas,
Fugas furtivas, final de semana
Cancelado.
Última sessão das matinês, Oscarito,
Grande Otelo, Cantinflas, desenhos
Nos animava, éramos a lei nos
Bang bang, coisas simples,
Doces sonhos que nos alimentava
Enquanto crescíamos.
Éramos felizes e não sabíamos, debruço
Nas recordações, observo as crianças
Hoje brincando, ponto final.
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