sexta-feira, 20 de junho de 2025

Enquanto a cidade dorme


Enquanto a cidade dorme eu poeto, talvez

Indo para Pasárgada, para ser chamado

De meu rei esperando assistir

O esperado veredicto de José,

drummondiano, após um longo processo poético,

Depois musical.

 

A lua cala, pois, os processos são muitos

E os Jardins Kafkanianos, nos leva a uma metamorfose,

Abstrata que nos corrói, entre

Pandemias, sonhos desfeitos como

Água que escorrem entre os nossos dedos

Inertes.

 

Os versos fluem com mais intensidade,

Nas noites de ansiedades há solidões de

Corpos que jazem, em algum lugar.

 

Enquanto a cidade dorme deixamos de

Ser amantes, ocupamos lugares nas filas,

Protagonizando "Ensaios da cegueira",

De Saramago, que agora nos delimita

até no amar, sem as ondas do mar.

 

A cidade dorme e a lua nos

Deleita, quando ainda andamos

sobre encontros, talvez despedidas.

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