sábado, 16 de julho de 2022

apoesiadeclaudioluzsabadou

 Apenas

Apenas imaginei que

O tempo todo eu via o seu rosto

Diante do espelho côncavo dourado ou seria convexo prata

Eu sabia que não podia sonhar com os seus olhos

Eu posso sonhar, posso?

Ontem mais uma vez eu conheci o amanhã sem você

Colocando uma vida inteira para mostrar

Todo o sentimento que ainda guardo por ti

Vivendo sozinho apelei amor pelos caminhos

Posso tentar. Posso? Mas já percorri este caminho antes

Quando o sol se vai tomado pela escuridão da noite

Balbucio, agora “é a hora de ir para casa”

E vou indo querendo dizer, só mais uma coisa

Almejo o ontem, o hoje, o amanhã talvez

Cubro-me, ouvindo a canção, que o vento traz...

A terra é azul

No princípio Deus a criou, povoou, germinou seres que preservaram, preservam e a destrói, em sobressaltos, interesses vãos, mesmo gemendo a matam.

Natureza que agoniza em gemidos ainda produz o Pão nosso que cada Dia nos daí, absolvendo os nossos pecados .

Lembro-me da sombra do Jequitibá, dos cantos dos passarinhos que emitiam maviosos sons.

Hoje lamentos ouviram, o som dos machados, dos pulverizadores e agrotóxicos que ferem o ar, introduzindo a ingratidão no corpo mágico da natureza.

Terrível veneno que nos abate quando

Consumimos os frutos da terra-mater.

O meu rio já não corre copiosamente, os peixinhos que antes bebiamos na esperança de nadar, já não, nada mais.

Assistimos ao caos, seja na terra, no mar ou no ar.

Oramos comigo as tribos, com o grito dos ribeirinhos, dos lavradores, o mundo está surdos sem porvir nas madrugadas em busca do cuscuz da manhã.

Onde estará Severina, morte e vida,

Onde estará o orvalho da manhã que ensopava o nosso frontes.

Somos frutos da terra, frutos do pó a retornar, chá de ervas,

Bichos do mato, fontes de energia naturais e a alimentar onde estarás.

Não somos pólvora, Machado ou facão,

Somos o fruto da terra que iremos reconstruir.

Olhei para a terra para escrever esses versos, cantos, prosas talvez, sonhando em dedilhar

O meu violão, feito de Carvalho e tripas de carneiro, conseguir tocar um Lamento, da terra-mater que geme.

Onde estás esperança que não responde, ouço o langor do violino do Apocalipse que nos matará.

Bicho homem, qual a fera que te substituirá para nós matar.

Não é o amor, pois a natureza mais uma vez nos ressuscitará, mantendo as Nossas vidas "Em seu altar".

Afinal o Céu é azul

O meu piano te toca

O meu piano te toca, canções sobre

Fotografias, escritos, lembranças que invadem

Os espaços das teclas

Alvinegras, que embaraçam os meus

Olhares dirigidos a ti.

Leio-te entre partituras que semeia o

Seu corpo que baila entre luzes de neons,

Entre acalantos e músicas que te vestem.

Os meus sentimentos são sóbrios,

Musicais e poéticos quando eu quero

Falar de ti.

Entre nós não haverá a última música, e

Sim a sua fotografia sob o piano que

Nunca toquei.

 

 

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