Mãe
Mãe vem me beijar-me de novo,
Como se fosse de novo a última vez.
Beija-me muito como no dia do parto,
entre paredes,
Cúmplices fomos às primeiras horas da
vida
Que me deste.
Beija-me Mãe Glória, agora
alternadamente aos altos céus,
Envolta entre estrelas, como os seus
olhos que brilhavam quando
Amamentava-me, entre acalantos e
cantigas que hoje eu
Durmo só em escutar.
Aqueles olhos que ainda brilham a
Sombra do Altíssimo
a nos abençoar.
Querida Mãe Glorinha, não sei em que
momentos eu estarei
De novo junto a você, novamente
queria que me amamentasse,
Entre beijos e abraços e canções de
ninar.
Deus haverá de nos Eternizar, entre
auroras e o pôr do sol,
Luares a brilhar.
Mamãe, desde que você partiu fez
morada em mim.
Ame-me
Palavras, palavras entre vírgulas,
sem ponto final,
Afinal o amor que me condena é
latente entre os seus risos,
Mentiras talvez, bombons e
chocolates, um copo de cerveja,
Palavras palavras que nos despem,
entre noites prometidas
E futuros incertos.
Agora balbuciou, me ame me ame, por
favor.
Afinal o meu coração agora, predestina-se
se eu não for seu amanhã,
Estarei disperso nas estrelas
suplicando,
Somente me ame.
Amando Lara
Quem dera que eu fosse Dr. Zhivago,
Amando, Lara, não nos Montes Urais e
sim as margens do Rio Almada,
Sob a direção de Bernard Attal.
Encantar-me-ia o anarquista Klaus
Kinski, limpando os sangues derramados no
Outubro Vermelho de 1917,
Levando-me para redimir a Primavera
de Praga,
Ouvindo Dubcek, ecoando a nova
revolução do Solidarność, de Lech Walesa, que no combalido Brasil, não demora
aflorar.
Quem venha os “Magníficos”, armados
com A Coleção Invisível, que temos Que.
Admirar.
Liberté, Égalité, Fraternité.
Que viva a Pátria, que chova arroz!!!
Invocando a frase “Não Passarão” de
Isidora Dolores Ibárruri Gómez
“La Passionara.”
Chega de banquetes na Ilha Fiscal,
Rosa Luxemburgo rogue por nós,
Giordano Bruno Rogai por nós,
Danton rogue por nós,
Que os frutos do cacau digam amém.
É inútil talvez
Sem programações, entre ondas, beijos
de línguas,
Um café dito passado na hora.
Pele morena, cores circenses, olhos
de gata.
Nada é inútil quando penso, logo
existo,
No seu acordar, penso não consigo
deixar de te amar.
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