terça-feira, 16 de maio de 2023

apoesiaterçiaria

Idade das trevas


Não visualizo luz no fim do túnel, entre fogo, água e ar,

e o que não está em mim

Mas te fere com o luto que grassa a cada

Momento como carrasco impiedoso que escolhe

As suas vítimas.

Somos agora amargos, o inicio, o meio e

O fim de uma estrada que não iniciamos

O primeiro passo.

Vimos o Cristo sendo crucificado entre espelhos e espirais ascendente, 

Acima do altar que agora nos imola de forma invisível.

Não podemos, agora não faremos as nossas camas nas varandas,

E nem olhar as estrelas que pigmenta os nossos céus.

Idade das trevas, agora toque de recolher,

 Sem o toque do Silêncio, embutido num clarim.

Somos apenas mascarados nesse baile macabro

Que não nos renova, e sim pé ante pé fugirmos.

Valeu demais

Valeu demais, foi bom pra mim, e pra você?

Quando canto em silêncio, tudo bem, entre metades amantes,

Vontades de você que busca entre olhares e mãos que arrancam

Minha carne sem sangrar.

Agora forças que nos unem vontade de nos ter entre sonhos,

Reviver um passado que não passa.

Sortilégios, entre espaços que urge,

Sem cartas marcadas que nos amarre, entre luzes que

Beijam os nossos corpos nus, loucos desejos.

Então entre olhares... Juraremos que tá combinado,

Fazer valer, em você e você valer em mim.

Já não gosto mais de andar sozinho

Sem valer a pena.

Enquanto o sol da meia noite não vem

Enquanto o sol não matar as estrelas dos sonhos,

Os meus sentimentos fluirão, em busca

De sua compreensão, que serão para mim, orvalhos

Que brotam nos campos, sem paranoias opacas.

Quando a lua não mais ofuscar as saudades que guardo

Em meu peito.

Farei aumentar o afeto que se encerra na calada da noite,

Eterna cúmplice das insônias, que invadem a minha mente,

Fluindo a falta que o seu corpo faz.

Então mergulharei nas águas que flui do Rio Amada,

Abastecido pelos lagos, “it’s a long no way” que permeiam

Os batimentos arrítmicos do meu já combalido coração

Que ainda sonha por você, entre orquídeas

Longínquas, como cumolonimbus, entre raios e tempestades que

Anunciam chuvas que banhará o seu corpo nu, na madrugada eterna.

Prenúncio de uma nova aurora, que irrigará mais uma vez

Os nossos tenros corações, que se perdoam,

Pelos momentos perdidos, enquanto o sol da meia noite,

Ilumina incessantemente as serras que circundam o nosso

Paraíso que nunca acabará.

 

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