Poemeu
No meu vazio eu me completo,
Na minha solidão eu me acompanho
E na minha depressão eu me supero.
No meu luto visto branco destilo
preces
E orações aos céus do Pai Eterno, que
talvez
Ouça-me.
No meu chorar aproveito para salgar
com
As minhas lágrimas o Pão Nosso de
Cada dia,
Eternos dias que se completará.
Sigo carregando risos, esperanças e o
peso
Dos fardos que tenho que carregar no
cotidiano,
Vendo o sol nascer.
Deo Gratias!
Nunca
Não, nunca fugirei de você,
A música será sempre uma
Música que mostrará os
Nossos lábios e corpos iguais.
Não, nunca fugirei das noites que
Estamos sem igual.
Não, nunca fugiremos enquanto
Tivermos corpos e almas que só
Dizem sim.
Não, nunca fugiremos do destino
Que construímos em razão da paixão
Que sentimos, em cumplicidade eterna,
Quem sabe não, ou nunca.
Causos
Eu consigo
Eleutério morava numa pequena chácara e vivia num dilema para assumir um desejo, pra muitos fúteis.
Dia e noite ele era fustigado com o
flagelo que soprava na sua mente: Você vai conseguir repetida no calor da
noite, no catre frio, abraçado a Zefinha.
Nas madrugadas o rádio derramava
notícias sobre o Covid 19, que ele dizia que era obra de enxofre, misturado com
alhos e outras quizilas, que aterrorizavam os pobres e enriqueciam os
políticos.
Zefinha, sua companheira de longas
jornadas sussurrava nos seus ouvidos: Você vai conseguir você vai conseguir.
Em certa manhã, Eleutério acordou com
febre, garganta inflamada, falta de ar, sintomas da famigerada doença do século
XXI, diagnosticado, receitado, mas veio a sucumbir.
Diante do caixão Zefinha, estendeu a
mão e depositou no esquife aonde ele estava envolto num saco preto, uma peruca
que iria cobrir a sua calvície e exclamou: Ele não usou, mas conseguiu levar
para mostrar aos anjos de Deus.
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