domingo, 4 de junho de 2023

APOETIZAÇÃODOMINICAL

O vento e o tempo

Sinto a aragem do vento e o peso dos tempos idos,

Que talvez ainda haja de vir entre tempestades virulentas,

Pergunto-me: Como vão meus vizinhos.

As dores das famílias se assemelham, entre orações contritas,

Em súplicas pedem para não partir para o repouso dos justos.

Somos próceres, ensaiando cegueiras,

Somos agora noite e dia, sonâmbulos, talvez zumbis, entre névoas.

Somos talvez passageiros de uma barca

Que navega em terra firme, não no mar dos argonautas,

E nem na nau de Cabral.

Somos fogo, louco pela vida que assistimos se esvaziar.

Amar uma Rosa é assim


Eu gostaria de ter sempre junto ao meu, seu coração,

Fitando um botão de Rosa se abrir, não seria

Sacrifício por um amor o amor que nasceu

Entre os nossos olhares, cantando aos céus,

Voando como nunca achei que aprenderia a amar assim.

Como eu pensei que gastaria minha vida inteira tentando,

Aquela antiga arte de manter um pé no solo... Ou esconder palavras

Que nunca serão encontradas nas vertentes da vida, quando

Digo que não conseguiria colher pétalas caídas, entre

Os espaços luminosos, rente ao chão onde me encontro.

Amei, pensando que nunca pararia de te amar, entre escuridões,

Derramando rios de lágrimas, tentando passar as estações,

Isolado de tua presença, sem morrer pelo menos por hoje.

Afinal, o que seria a arte de crescer flores no chão, que se abre

Para concebê-las, exalando perfumes naturais que sai das

Curvas de seus lábios angelical e sensual, que guardarei sempre

Entre os meus olhos, cantando “As Rosas não falam”, quando você

Repousar em meus braços, ofegante, buscando a doce razão de ser uma

“Rosa Púrpura”, junto ao meu, seu coração.

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