terça-feira, 20 de junho de 2023

apoesiapreinverno

Sangrando

Abraça-me até que os nossos olhos se encontrem,

Se você me machucar, está bem, amor...

Somente palavras sangrarão de dentro do meu coração,

E eu nunca vou deixar você ir.

Amar você pode ferir-me, às vezes, quando fica difícil

Você sabe que pode ficar difícil às vezes

É a única coisa que nos faz sentir vivos,

Você pode me manter dentro dos seus sentimentos

Rasgados, abraçando-me até que nossos olhos se encontrem

Afinal amar pode curar.

Amar pode consertar as nossas almas e

É a única coisa que levarei quando morrer,

Onde os olhos nunca estarão fechados,

E o tempo para sempre parado,

Estará tudo bem, amo-te, somente palavras sangrarão

De dentro do meu coração.

Quando eu estiver longe, lembrarei-me daquele beijo roubado,

Quando eu esperava sangrar em ti.

Enquanto a cidade dorme

Enquanto a cidade dorme eu poeto, talvez

Indo pra Pasárgada, pra ser chamado de meu rei ou talvez ir assistir

Ao esperado veredicto de José, drummondiano, após um longo processo poético, depois musical.

A lua cala, pois, os processos são muitos e os Jardins Kafkanianos,

Nos levam a uma metamorfose, abstrata que nos corrói, entre

Pandemias, sonhos desfeitos, como

Água que escorrem entre os nossos dedos inertes.

Os versos fluem com mais intensidade, nas noites de ansiedades

E solidões de corpos que jazem em algum lugar.

Enquanto a cidade dorme deixamos de

Ser amantes, ocupando lugares nas filas,

Protagonizando "Ensaios da cegueira", de Saramago,

Que agora nos delimita até no amar, sem

As ondas do mar.

Por enquanto a cidade dorme e a lua nos

Deleita, quando ainda andamos sob encontros,

Talvez despedidas.

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