segunda-feira, 25 de setembro de 2023

apoesianasestradas

Encontros e despedidas


Já não escuto a voz suave de Íris Lettieri

Nos saguões dos aeroportos, anunciando decolagens

E aterrizagens nas vidas, entre idas e vindas,

Como se não houvesse mais você.

A ansiedade que nasce e morre em volta de mim

Quando você não está presente no tempo,

Com seu olhar de Dália Negra,

Inerte por estas minhas palavras

Que nunca chega a você de forma aveludada e inconfundível

Mas, como trovões que derramam pétalas de águas sobre

O seu rosto enigmático e profano, sempre numa

Tarde de domingo, ao som de Endles Love, invadindo

As ondas sonoras do meu radinho de pilhas

Que descansa na alcova, aonde os nossos corpos

Repousavam constantemente, entre os estrondo dos

Supersônicos que povoavam os nossos sonhos,

Fazendo-nos uno, simplesmente um só coração

Que pulsava pra não perder a altitude que nos faziam

Seguros entre as decolagens e aterrissagens dos voos

Sonhados numa incursão entre nuvens cumulusnimbus,

Forçando-nos a uma amerissagem, na lua dos nossos

Paradigmas, nunca programados, entre idas e vindas,

Como o rio que vai ao encontro do fim.

Como se não tivesse mais encontros e despedidas.

Equações

Estou entre linhas imaginárias, talvez a do Equador

Ou andando pelas serras que circundam o meu Itajuípe

E os desertos do Atacama, por onde nunca andei.

Sempre sonhos, caminhos imaginários que nunca percorri

Buscando você, entre estrelas e flores que não colhi

Pra te ofertar.

Desde o início da primavera derrama-se chuvas que

Não aquece o meu corpo sem o seu e nem dissipa as saudades

Que sinto de ti.

Medito equações, estações, incógnitas, sem os Múltiplos

Divisores Comuns, que o poeta exclamou: "Tu és o MDC da minha",

Vida partida, não como num quadro negro, mas em contemplações,

Cheio de luzes.

Quero, não em equações, afagar os seus cabelos, entre o nascer

e o pôr do sol a sombra de um farol.

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