Encontros e despedidas
Já não escuto a voz suave de Íris Lettieri
Nos saguões dos aeroportos,
anunciando decolagens
E aterrizagens nas vidas, entre idas
e vindas,
Como se não houvesse mais você.
A ansiedade que nasce e morre em
volta de mim
Quando você não está presente no
tempo,
Com seu olhar de Dália Negra,
Inerte por estas minhas palavras
Que nunca chega a você de forma
aveludada e inconfundível
Mas, como trovões que derramam
pétalas de águas sobre
O seu rosto enigmático e profano,
sempre numa
Tarde de domingo, ao som de Endles
Love, invadindo
As ondas sonoras do meu radinho de
pilhas
Que descansa na alcova, aonde os
nossos corpos
Repousavam constantemente, entre os estrondo dos
Supersônicos que povoavam os nossos
sonhos,
Fazendo-nos uno, simplesmente um só
coração
Que pulsava pra não perder a altitude
que nos faziam
Seguros entre as decolagens e
aterrissagens dos voos
Sonhados numa incursão entre nuvens
cumulusnimbus,
Forçando-nos a uma amerissagem, na
lua dos nossos
Paradigmas, nunca programados, entre
idas e vindas,
Como o rio que vai ao encontro do
fim.
Como se não tivesse mais encontros e
despedidas.
Equações
Estou entre linhas imaginárias, talvez a do Equador
Ou andando pelas serras que circundam
o meu Itajuípe
E os desertos do Atacama, por onde
nunca andei.
Sempre sonhos, caminhos imaginários
que nunca percorri
Buscando você, entre estrelas e
flores que não colhi
Pra te ofertar.
Desde o início da primavera derrama-se
chuvas que
Não aquece o meu corpo sem o seu e
nem dissipa as saudades
Que sinto de ti.
Medito equações, estações,
incógnitas, sem os Múltiplos
Divisores Comuns, que o poeta
exclamou: "Tu és o MDC da minha",
Vida partida, não como num quadro
negro, mas em contemplações,
Cheio de luzes.
Quero, não em equações, afagar os
seus cabelos, entre o nascer
e o pôr do sol a sombra de um farol.
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