sexta-feira, 29 de setembro de 2023

apoesianostalgica

Saudades da Rua do Cacau


Noites de sonhos, noites na Rua do Cacau

Oficialmente Rua João Evangelista, que não era o santo,

Madrugadas adentram pedaço de mau caminho dos jovens, para os velhos antros de perdição.

Cheias de Graças doces meninas, ventre ilusionistas, decotes generosos para o

Momento final.

Inicio de noite, músicas duvidosas e gostosas soavam como orações,

Danças coladas, fungadas no Pé do cangote, confissões entreouvidas no salão cheio

De penumbras entre idas e vindas de mulheres ao luar em busca de um par.

Mesas fartas e repletas, quartos furtivos transformados em alcovas de juras e

E perdões.

Entre paredes se ouvia!

- Você volta amanhã?

-Volto!

- Estou te esperando, você sabe que é o único homem da minha vida,

Pura ilusão.

Bar do Chico, Barraca de zinco do Dedê, Cabaret de Flávio, Roupa Velha de Manhoso e Baixota, Quiosque da Tilú tínhamos a Brasília Velha e a Nova, a Boate Cinderela,

Luz Negra refletiam a meia luz no meio do salão como céus de estrelas.

Cachaça da boa, cervejas geladas, bebidas quentes, uísque com guaraná, falsas

cuba-libre pois a noite era longa para as meninas acasalar mais e mais.

Mulheres tinham nomes Madalena, Biô, Escurinha, e até nomes exóticos Borboleta,

Maria Pitú, Boca de Cabelo e Carrola, que na Pia Batismal

Recebeu o nome de Crispina.

Tinha até o Diploma, que vagou pelas ruas até o último acorde do Cisne Negro.

Tinham visitas corriqueiras as Farmácias de João Adry, Antonio Mansur, Tonho

Buguelo para curar as seqüelas deixadas de uma noite de falso amor.

Tinham jóias falsas, cortes de tecidos, perfumes, pó de arroz e rouge para

Embelezar e perfumar as noites de falso amor.

Tinha também autoridades, Delegados, Policiais e Comissários de Menores eram as

Forças armadas pra botar ordem no lugar

Tinha corpos estirados, faca, facão, tiros e até gilete e navalhas

Quem não se respeitasse era brindado com algumas horas no Abaixadinho da

Chefatura local e quicas descanso eterno na Palmeiras da Saudade

De lá saíram professores, contadores, advogados e quicás médicos

Nem todos foram produtos do meio, mas, viveram no meio da eterna Rua do Cacau.

Nostalgia

Hoje acordei nostálgico, revirando o Bataclan,

Comendo quibes no Vesúvio, dançando nos

Embalos do sábado à noite, filmando os seus olhos

De Vênus.

Será que acordei entre as vozes de Charles de Aznavour

E o melódico Frank Sinatra, Jerri Adriani e Rita Pavone.

Una lacrima só viso,

Se non avesse piu te, silêncio agora. Dio por que não

Me deixas amar, entre nuvens, como se não houvesse

A quem amar

Talvez

Eu queria ter uma filha, chamá-la-ia de Julia Roberts,

Não sei se Salma Alexandra gostaria de tê-la como irmã,

Pois é primogênita do mesmo sexo.

Ideias que vem no limiar da idade, sem ter ou quem será a mãe

Da nova vida que um dia advir, entre dádivas,

Sonhos que cantarei em todos os momentos, antes de partir

Entre estrelas ou nas madrugadas onde recluso

Eu amarei só você, Io mondo.

Tudo calmo

Melhor assim, eu estava aqui com os meus botões,

Falando sozinho, sonhando com Júlia Roberts, viajando,

Comendo, bebendo, pensando em te amar.

Loucos são entre o imprevisível, sem você, senis quando penso

Que você vai aparecer, abraçando-me, mordendo-me,

Sentindo  o prazer de forma incondicional, um amor sem fim,

Pois nada é proibido.

Não te darei tristeza, só quero te querer, ouvindo aqui e agora

Só eu e você.

Nada é proibido entre amantes atemporais.

Quando

Quando os meus sonhos deixam, banho-me nas águas

De Atalaia, entre pensamentos e ilusões que

Estás junto a mim.

Percorro poesias, bombons e chocolates, palavras

Palavras que me alucina, sem sentir o gosto dos seus lábios,

Agora ardentes, sem deixar marca de batom, cobrindo-me

Com as suas madeixas cor de néons, sonhos que tento

Afagar aqui e agora.

Recônditos estão, oro por ti, afago as minhas mãos que estão

Prontas pra ti acariciar.

O ônibus passa, não vê a sua silhueta que agora não passa por mim,

Ah, o telefone toca e me diz: amo-te.



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