domingo, 18 de dezembro de 2022

apoesiadodesterrodominical

Desterraste-me porque te amei


Desterraste-me porque te amei nas madrugadas, solvendo vinhos,

Dançando entre musicas e serenos, na avenida do Santo,

Insone, sonhando com o néctar, que já não escorre dos

Seus lábios que ofertavam esperanças, que nos completavam.

Quando os nossos corpos presentes ou ausentes, éramos um.

Imagino, éramos amor, tal como as sombras que empreitava atrás

Da porta, que não se fechava, que nunca nos separou de vez.

Ascendente, verão que virá, campeando entre penumbras, que

Não mais entorpecerá as nossas frontes, entre estradas e jardins, lagos e

Rios que nos envolverá.

O tempo precisa de tempo, eterna conquista,

Entre sonhos que farão os nossos corações agora

Quebrantados se unir.

Por um momento você desterrou-me de ti, entre braços e abraços

Severos, entre verdades e mentiras, quando deixou unir os meus lábios aos seus ainda com marca de batom, deixando talvez sobreviver o

Amor que desde a despedida ainda bate dentro

De mim, talvez em você.

Deixamos pegadas e cicatrizes, sinto um gosto do mertiolate e do

Band-aid, que ainda arde e cura o que em vão

Deixamos para trás.

Que venha os deuses gregos, inclusive Mercúrio.

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