Vinde Senhor Jesus.
Por quem os sinos dobram?
Então é Natal!
O vento murmura como um acalanto que
Abrasa os nossos corações sedentos
De um novo dia onde recomeríamos
Uma nova estrela Dalva.
Onde recomeçaríamos um novo
Instante, uma nova Odisseia
Homérica, em busca de salvação,
Onipotente, plenipotenciário talvez.
Sinto o seu chegar, abraço a mim
mesmo
Cheio de certezas que a Salvação está
próxima,
Não como um sonho de presentes, mas
Com as ferramentas do Arquiteto Pleno
Do Universo que vislumbro na
madrugada
Que me enseja, sem oportunismo,
Que fala ao meu coração,
E me faz dormir na certeza
Que Você virá não como um ladrão
Que ninguém sabe a hora
Mas entre nuvens calientes
Que envolverá o meu corpo, que tomará
a minha mente,
Sem frisson ou frenesi que consomem a
alma.
Você virá como alto escarlate,
Entre nuvens de neon, entre anjos e
santos...
Vem Senhor Jesus.
Sou apenas um pecador
Não estou disposto a esperar que Você se banhe
Na Fontana di Trevi, enquanto
percorro três estradas,
Rumo ao Almada, em busca de uma La
Dolce Vita,
Imaginando o imaginário de Anita
Ekberg e Marcelo Mastroianni,
Puro simbolismo junto ao neorealismo
de Fellini, em preto e branco.
Será que me apaixono frequentemente,
isso é normal?
Escuto o meu coração que para, olha e
escuta, por não
Está sozinho o tempo todo, enquanto
não é tarde demais.
Mas que mistério, é a minha vida,
Que mistério! Sou um pecador perdido,
vivendo intensamente!
Os mistérios ensopam-me, não
impedindo que eu delire
E viva uma vida displicente, quando
observo as nuvens,
Que já não são as mesmas de segundo
atrás.
Percorro mares e florestas, que
habita
Dentro em nós, perdidamente, na alma
do mundo,
Que nos subtrai, negando a noite,
trazendo o dia, quando
Seremos um, envolto em fogo que
Mais parecerá a inauguração de uma
nova criação...
Pare, olhe, escute, se houver raios
solares magníficos,
Sonhe, enquanto eu não estiver te
esperando.
Sou apenas um pecador.
Vênus De Millus
Sou apenas um estrangeiro que divaga no seu corpo de Vênus De Millus, entre a torre de Pizza e a do Sagrado Coração de Jesus, matriz não filial, Orantes sim.
Sonhos a parte, Madona de Cedro,
entre o seu corpo e o meu, que atingiu climax não ébrios porém dançantes antes
da próxima dança que nos faz inflamar neste verão que chegou apouco.
Em apupos te possuo, escrevo livros
em páginas que vestirá o seu corpo, agora nosso, uníssono, não estátua da Vênus
De Millus que embalavam o meu sonhar.
Penso em você
Penso em você, perco-me
Entre estrelas que pulsam em
Minhas mãos, olhos que lacrimejam
entre
Ondas que vem dos lagos, do Rio
Almada e
Das serras que me circundam entre
Neves que não caem.
Penso em suas sobrancelhas, beijo os
Seus supercílios provam o seu batom
com
Gosto de uva, talvez entre beijos e
carícias.
Penso em desnudar o seu corpo
distante,
Que banha-se em plena Serra, que
afaga
As nuvens que mudam de forma a todos
Os momentos param a nos distrair.
Penso em você vestida de sereia,
sumária,
Mergulhando nos meus sonhos de um
Dia te querer, te possui-la pra você
menina(r)
Menina.
Amantes
Somos amantes felizes, felizes
Cheios de vida, e a minha vida
Não é mistério,
Mas onde estou e o que faço
Como vivo?
Vivo envolto em seus anseios
Embriagando-me com os seus sonhos,
Doando-me em vida, pra você alçar
vôos
Absolutos nos céus que nos
contemplam.
Somos infinitos, enquanto a madrugada
não vem,
Somos as respostas que não damos ao
Mundo, emanando luzes perfumadas,
somos uma esperança,
Refletida em um sol magnífico que
brilha dentro de nós,
Dando-nos alegria de viver, o que
ainda não há entre nós.
Somos simplesmente amantes, felizes!
Posso Fitar os seus Olhos Abstratos
Nada que vem do meu coração é negação,
Às vezes ele é cego, naturalmente,
enxerga
Mais do que eu, incendiando
expectativas
Quando escrevo para ti.
Às vezes me pergunto: Como consigo
extrair
Essências em versos e otimismos em
gotas, antes leite
Em pedra sem saber se vou te agradar.
Capitulo, tergiverso , digo que não
tenho respostas
Plausíveis para me atormentar, e sim
para entrar
Nos seus olhos, que sempre fitam os
horizontes preenchidos,
Em busca de respostas que teimam em
não vir.
Quando seus olhos me perguntam: o
amor que vem de mim é verdadeiro?
E se é verdadeiro, já que não podemos
possuir concretamente,
Por ser abstrato, que incendeia a
alma e aquece o coração, que se rende
Diante beijos, abraços e caricias carnal,
que gera frutos e às vezes
Sem pensar se esvai, sem deixar
vestígios aparentes.
Tampouco outro dia, como fumaça, sem
adeus, talvez com lágrimas que
Procriam expectativas de armistícios
incondicionais, quando
Os corações estiverem sem fogo, rindo
alegremente, sem dúvidas
De que estamos zombando do amor, que
juramos, jamais
Separar-nos, sem esconder lágrimas ou
risos latentes
Que sempre cismamos dividir.
Vem, vamos beijar as meninas dos
nossos olhos, vem
Incendiar concretamente o abstrato
que não
Deixou-nos amar.
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