sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

poesiasemtemposchuvosos

Amor em tempos de Apocalipse


Sinto uma vontade de dizer “Eu te Amo”,

Fazendo uma sagrada união, cabalística, cheia

De esoterismo, sem efeitos conspiratórios, contrito,

Emanando sentimentos incontroláveis e uníssonos,

Sem fabulas, dançando farândola, com um bando de

Desprovidos de amor próprio, talvez.

Seria fantástico o “Eu te amo”, soando ao som de Love Hurts,

Hospedando-nos no talvez Hotel Califórnia, como águias,

Percorrendo o Rio Almada, de um extremo ao outro, em

Direção ao mar.

Quem sabe se um dia colherás memórias, escritas

Em papiros, pelos padres do Deserto, solvendo meia-taças,

Envolta em meia-luz, emanadas, através da meia-noite, “noir”,

De chumbo ardiloso, como se fosse argonauta em busca

De novos anjos, para anunciar uma nova paróquia, entre parênteses.

Agora forjados como se fossemos novos profetas,

Anunciando o apocalipse, Segundo O amor, entre os céus e a terra,

Que nos resgatará após o enlace,

Prescrito no vigésimo capítulo, do livro inicial dos nossos sonhos,

Sonhados, entre uma Parole, ou um dizer sim ou não.

Preciso te dizer que Eu tre Amo?

 O teu olhar

 

O teu olhar que me levava ao paraíso central,

Entre promessas, acenos não imorais que me desnudava.

O teu olhar, cor de ébano, quando me incensava,

Chamas de ébano, entre o teu olhar e o meu.

O teu olhar me fa(s)cina(va) quando eu te encontrava

 Nas esquinas, entre idas e vindas, eternas, sonhar.

O teu olhar que me beijava entre aquarelas,

Caleidoscópio e mandalas e amuletos que fazia ser de ti.

O teu olhar que me amava, entre momentâneos desejos,

Lampejos, brilhos e arroubos que me fazia olhar o teu olhar.

Águia Dourada


Ela era uma águia, alçava voos no meu coração

Que queimava como as cinzas da Fênix,

Brotando beleza e amor.

E “Dourada” era o seu nome,

Os seus olhos eram de cristal

Fazendo-me um louco homem,

Adormecendo na noite escura que era sua,

Brotando o que jamais se consumou.

Ela tinha isso.

Quando eu era o porto seguro

Ela era o fogo, em seu desejo

De querer ficar livre para sempre e voar entre sonhos,

Entre a terra e a lua, eternos sonhar.

 

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