domingo, 16 de abril de 2023

apoesiadominical

Pedras aos ventos


Se calarem a voz das pedras

Como os poetas escreverão? Por isso poetizo,

Na calada da noite, infinitamente, sonhando com os seus olhos de tigresa,

Indomada, sentindo a sua essência no final tarde chuvoso

Aqui e ali, sem o ocaso dos descrentes do amor.

Você não está aqui, penso o que é melhor em você, não vulgar, mesmo

Olhando pro seu corpo que é só seu, ouso pedir permissão, pois

Não é o nosso caso protelar pelo menos nesta noite, busco entre sussurros

Como se estivéssemos entreouvidos, ditando a ultima estrofe

Que escrevi na sua alma, bebendo chuvas sem pecados aparentes,

Embriagando-nos do amor que é por determinação de nós dois.

Agora que as cores são imorais, o sol não é mais o da meia-noite,

Os seus cabelos estão soltos ao vento, o outono chove copiosamente,

Como lágrimas que você precisa para a sua libertação!

Ouço a voz do rebento que você acalenta em seus braços agora

Adormecidos pelas esperas insones, pelos acalantos perdidos,

Pelas pedras que os profetas não recolheram para trazer uma nova luz.

Por isso poetizo perante as esferas que contemplam

Impavidamente o firmamento afogado entre bombas químicas e lágrimas dos

Que não querem morrer, e nem matar o nosso viver...

Oh! Insensatez

Oh! Insensatez que cobre os meus olhos,

Que não deixa que os sinos dobrem,

Por ti talvez.

Oh! Insensatez que vem como raios, entre olhos que se perdem nos meus

Talvez.

Oh, insensatez que não banha a minha

Almas nas ondas caudalosas do Rio Almada, também não sabem.

Ah! Insensatez que me faz escutar os seus versos, entre penumbras que agora cobre-me de sua insensatez.

Oh, Divina sensatez que agora em luz, envolva-me cobrindo com

A sua voz de

Insensatez.

Ah, vozes... Agora que nos encobre, entre

Epidemias, pandemias, amorosas ah, não

Sei.

Em mim desilusão

Contemporânea e espaçosa, você

Sabe que vive em mim, subindo e descendo degraus

Infinitos, na noite que agora desperta sonhos, que antes

Lagrimavam torrentes de insensatez, que derramava

Lágrimas e dores, num ultimo sufrágio entre abraços frenéticos

Que jazem entre esquinas que não poderemos mais achar.

O tempo urge sementes de um novo recomeçar, com juras

Que agora poderão resistir em não capitular, entre sinceridades,

Vontades que arderão em nossos corpos sedentos de amor.

É o amor que beberemos entre taça, luzes neons

Que nos despertará das ribaltas, brindando

Um novo amor, não desiludido, mas,

Resoluto e certo de que uma nova separação não ocorrerá, se

Deixarmos um novo dia amanhecer depois de tanta ausência.

Quando você quiser voltar

Quando você em um encontro de paixão e

Pressa me chamou a te conhecer, apenas como

Um amigo para vivenciar a sua essência de flor e espinhos:

A de que seriamos uma festa eterna.

Percorremos dores de partos, vivenciamos o

Mais puro que o mês de abril poderia fazer, usamos o melhor

Verbo do amor infinito possível.

Quando você espremia os seus lábios nos meus, sem rumo,

Entre o Rio Cachoeira e o Rio Almada, entre nascedouro que

Fluía do teu ventre, com rumos ou sem rumos, indefinidos,

Revivendo o passado em cada esquina, tendo como companhia

Uma bebida chamada esperança, de como iríamos viver os nossos dias

Mais felizes, contudo os mais indecisos, embebidos pelos incensos

Perfumados apenas coragem, que para nós eram bálsamos que

Liberavam os brilhos dos nossos olhos que ainda aguarda intacto as

Nossas recordações desses anos passados em nossas vidas que ainda pode renascer, agora que enxugo os meus versos até as

Próximas noites febris de outono,

De certo, atraído pelo seu brilho, para defendê-la como alguém

Que apesar de ausente sempre esteve presente

Em ti, apaixonado, para você entender mais dos que porquês

Que levam a dizer... Quando você... Quiser voltar.

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