quarta-feira, 5 de abril de 2023

apoesiasolaris

Atravessando o sol da meia noite

 

Em posição perpendicular somos incididos a observar

A aurora boreal, agora negra, quando singramos entre correntes,

Quando nos isolamos por momentos infaustos que nos corrói,

Corroendo o ir e vir.

Não sei agora se é de noite ou de dia, notícias a parte,

Sem a gente se arrebentar, só eu sem você.

Não curtas tristezas agora que não quero te perder,

Sem pressa, o que importa agora quando querem nos

Proibir de amar sem fim.

Atravessaremos sim o sol da meia noite em homenagens

Aos antigos que romperam a idade das trevas.

Cavalgaremos no aqui e agora, sonhando, só eu e você,

quando não importa se é proibido ou não, ou é proibido proibir.

Agora nos resta o que significa: Eis o mistério da Fé.

Amor sem Theogonia

Agora os meus lábios não estão marcados pelos

Beijos que você não me deu, a minha camisa

Não está marcada pelo batom que você usa e não me marcou,

Entre os espaços que nos separa e os diálogos que

Tivemos não na calada das noites, mas nas distâncias que separam

A terra dos céus, testemunhos dos devaneios, nos momentos

Que sonhamos se tornar real, em proeminências concretas,

Hoje abstratas, sem prazeres de corpo e de alma, puros que somos.

Na escuridão das noites que não são Cosmonogia, não palpável,

Sem nascimento, sem batimentos, hoje retidos em nossos corações,

Às vezes infantis, trocando de brinquedos ou de roupas como

Se algo fosse mudar os nossos destinos, traçados sucessivamente

Por quem? Quem nos Unirá num universo coberto de estrelas, restrito,

Bastando freneticamente como Deuses, dizer sim ou não.

Agora que somos caminhantes talvez por estradas opostas talvez nos

Encontraremos na curva do tempo, ou quiçá em nossos braços

E abraços que o destino nos dirá, tempo oportuno, sem dores

De parto, sem Theogonia ou Cosmonogia, afinal somos simplesmente

Mortais, na escuridão do dia ou na claridade da noite, que não será eterna,

Para sempre.

Afinal

Afinal, como se fosse sexta, hoje e amanhã,

Programa de sábado, mesas de bares, copos insones,

Sorrisos amarelos, pernas cruzadas em sintonia que confronta

Olhares que tentam decifrar a divina cor, vinho talvez, luto sim.

Beijo os seus olhos sombreados, olhos quebrantados

pela última noite que não aconteceu.

Agora, nunca dirás, entre lençóis e fronhas, 

qual o desejo que você deseja agora?

 

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