Atravessando o sol da meia noite
Em posição perpendicular somos
incididos a observar
A aurora boreal, agora negra, quando
singramos entre correntes,
Quando nos isolamos por momentos
infaustos que nos corrói,
Corroendo o ir e vir.
Não sei agora se é de noite ou de
dia, notícias a parte,
Sem a gente se arrebentar, só eu sem
você.
Não curtas tristezas agora que não
quero te perder,
Sem pressa, o que importa agora
quando querem nos
Proibir de amar sem fim.
Atravessaremos sim o sol da meia
noite em homenagens
Aos antigos que romperam a idade das
trevas.
Cavalgaremos no aqui e agora,
sonhando, só eu e você,
quando não importa se é proibido ou não,
ou é proibido proibir.
Agora nos resta o que significa: Eis
o mistério da Fé.
Amor sem Theogonia
Agora os meus lábios não estão marcados pelos
Beijos que você não me deu, a minha
camisa
Não está marcada pelo batom que você
usa e não me marcou,
Entre os espaços que nos separa e os
diálogos que
Tivemos não na calada das noites, mas
nas distâncias que separam
A terra dos céus, testemunhos dos
devaneios, nos momentos
Que sonhamos se tornar real, em
proeminências concretas,
Hoje abstratas, sem prazeres de corpo
e de alma, puros que somos.
Na escuridão das noites que não são
Cosmonogia, não palpável,
Sem nascimento, sem batimentos, hoje
retidos em nossos corações,
Às vezes infantis, trocando de
brinquedos ou de roupas como
Se algo fosse mudar os nossos
destinos, traçados sucessivamente
Por quem? Quem nos Unirá num universo
coberto de estrelas, restrito,
Bastando freneticamente como Deuses,
dizer sim ou não.
Agora que somos caminhantes talvez
por estradas opostas talvez nos
Encontraremos na curva do tempo, ou quiçá
em nossos braços
E abraços que o destino nos dirá,
tempo oportuno, sem dores
De parto, sem Theogonia ou
Cosmonogia, afinal somos simplesmente
Mortais, na escuridão do dia ou na
claridade da noite, que não será eterna,
Para sempre.
Afinal
Afinal, como se fosse sexta, hoje e
amanhã,
Programa de sábado, mesas de bares,
copos insones,
Sorrisos amarelos, pernas cruzadas em
sintonia que confronta
Olhares que tentam decifrar a divina
cor, vinho talvez, luto sim.
Beijo os seus olhos sombreados, olhos
quebrantados
pela última noite que não aconteceu.
Agora, nunca dirás, entre lençóis e fronhas,
qual o desejo que você deseja agora?
Nenhum comentário:
Postar um comentário